Glauco Vilas Boas
"Eu vi o meu povo amarrado
Todo acorrentado por falta de amor
Minha mãezinha estava comigo
E me sustentava com seu grande amor."
(Chaveirinho, "Águia Dourada", hino nº 15, por Glauco Vilas Boas)
CHICO CARUSO, cartunista
Conheci o Glauco no Salão de Humor de Piracicaba. Tinha um espírito anárquico, suas charges eram muito engraçadas e jovens. Era surpreendente que fosse tão iconoclasta e ao mesmo tempo bispo de uma igreja.
JUCA FERREIRA, ministro da Cultura
Glauco encarnava uma soma de qualidades tão rara a ponto de parecer ficcional: o anarquismo explosivo que marcava os personagens, a doçura com as pessoas e a condição de fundador de uma igreja. Essa sua natureza se choca de maneira inexplicável com a morte violenta dele e do filho --pelo que transmito meu abraço de conforto à família.
LAN, cartunista
Estou consternado. É uma perda muito grande para a nossa área. Glauco, Laerte e Angeli formam um trio maravilhoso. São estilos diferentes, personalidades próprias, mas é impossível falar do Glauco sem falar dos outros dois. A violência de Rio e São Paulo me indigna.
LOURENÇO MUTARELLI, escritor, ator, dramaturgo e autor de histórias em quadrinhos
Ele tinha trabalho único, não se vê nada parecido com ele. E essa forma é algo muito estúpida. Não conhecia pessoalmente, mas é um cara por quem tenho muito carinho e admiração. Fazia coisas para divertir, trabalho de humor tão interessante e rico. Fiquei muito sensibilizado. É algo que a gente não quer aceitar mas é obrigado a aceitar.
NUNO RAMOS, escritor
Ele tinha essa coisa vagabunda, vira-lata do traço. Fácil, solta, uma espécie de dejeto urbano. Não era um traço tão caprichado como o do Angeli. O Henfil seria o patrono do caminho dele. Ele tinha personagens incríveis. Eu lia todo dia.
REINALDO, humorista do "Casseta & Planeta" e cartunista
O Glauco era único, não dá para comparar com ninguém. Era como se o desenho dele tivesse um subtexto: "eu sou o Glauco e você não é". E pareciam desenhos animados num papel. Estavam parados, mas com muita animação. É uma obra que vai fazer muita falta.
Serra lamenta a morte "trágica e precoce" do cartunista.
"Dono de um traço caligráfico, ele criou toda uma galeria de personagens, alguns tão familiares que são hoje parte do nosso cotidiano nas 'tirinhas' dos jornais", diz o governador.
Serra afirma ainda que Glauco "era um crítico dos usos e costumes do nosso país sem perder a leveza e o humor tão brasileiro de seu desenho".
Nascido em Jandaia do Sul, interior do Paraná, Glauco começou a publicar suas tirinhas no 'Diário da Manhã', de Ribeirão Preto, no começo dos anos 70.
Em 1976, foi premiado no Salão de Humor de Piracicaba e, no ano seguinte, começou a publicar seus trabalhos na Folha de maneira esporádica. A partir de 1984, Glauco passou a publicar suas tiras regularmente no jornal.
Entre seus personagens estão Geraldão, Cacique Jaraguá, Nojinsk, Dona Marta, Zé do Apocalipse, Doy Jorge, Ficadinha, entre outros.
Em 2006, ele lançou o livro "Política Zero", reunião de 64 charges políticas.
VEIO EM PAZ ...
VOLTA EM PAZ!
ps: matéria extraída do site uol.