À MULHER COM CARINHO
Mulher, que homenagem farei a ti?
Primeiro pensei no ser humano do sexo oposto ao meu, depois pensei num ser que é fruto de uma construção social, a qual eu também como homem sei que sou.
Quanto ao ser do sexo oposto ao meu, em pouco este difere de mim. O mesmo valor como pessoa, talvez a mesma inteligência, um corpo diferente, e isso é tudo.
Já quanto à construção social “mulher”, tudo difere, tudo. Dos modos de vestir ao modo de pensar, do modo de agir ao modo de amar, do modo de ser ao modo de estar.
Mulher, tu me trouxestes à vida, não sozinha, é claro, mas o fardo maior foi tu quem carresgastes.
Mulher, tu maravilhastes meus olhos, tu me fizestes saber que sou homem, tu me cativou e me levou por onde quis.
Mulher, tu me destes meus melhores momentos, sem dúvida. Mas também me proporcionou os piores, junto com angústias e lágrimas.
Mulher, pensei por muito tempo que em ti estava a felicidade, que tu me farias feliz e completo, como tu também pensaste isso a meu respeito.
Ambos nos enganamos redondamente.
Mulher, não farei apologia a essa bobagem de dia internacional das mulheres. Tu não precisas que te reservem um dia para lembrá-la.
Confesso que apesar dos pesares, lembro-me de ti todos os dias. Homenageio-te todos os dias quando te admiro em sua beleza ímpar e quando vou tomar banho.
O saldo deste emaranhado de antíteses é este:
Mulher, vivamos a vida todos os dias sendo o que somos, desejando um ao outro como sempre desejamos, odiando um ao outro como sempre odiamos, amando um ao outro como sempre amamos.
Que meus últimos dias e minhas últimas dores sejam aliviados pela mão leve e macia de uma mulher, pela voz delicada e doce de uma mulher, que apesar de tudo sempre será para mim o maior de todos os bens, inclusive os de consumo.
Mulher!