CIDA
É a rainha da secção e quiçá de toda a firma.
Dona de uma simpatia cativante, simples, atenciosa e accessível, a moça é a menina dos olhos da “VE” e o orgulho de todos quanto labutam naquele importante departamento da empresa.
Mulher madura, calma e tranqüila, sem a afoiteza e os arroubos geralmente comuns aos adolescentes, é jovem na mocidade do seu espírito sadio e bem formado. Atingiu a fase que eu mais aprecio na mulher:- a plenitude da personalidade, o apogeu do caráter, a confirmação do seu “ego”.
Confiante em si mesma, firme nas suas atitudes, inabalável em seus objetivos. Sabe o quer e o consegue. Sempre.
Conheci-a logo ingressei na firma, pois é a secretária do Chefe. E logo, seguindo o exemplo dos meus colegas, simpatizei-me com a sua pessoa, cuja presença marcante irradia uma agradável sensação de bem estar, tornando ameno o trabalho e fazendo-nos enfrentar sorridentes a dura jornada do nosso cotidiano burocrático.
Por isso resolvi prestar-lhe modesta homenagem. Falando dela, ou melhor, sobre ela, nesta pequena crônica. Muitos acharão graça nisso. Como o meu amigo (e colega) Ledir, recém casado, sujeito calmo e comedido que, às minhas costas, na hora do café, quando eu ainda meditava esta página, correu os olhos pelo escrito e disse, num risinho sarcástico:-
“- Mineiro e baiano é uma “água” mesmo! ...”
-o-o-o-o-o-
São Paulo, 10/02/65
OBS:- redigida em homenagem à Maria Aparecida, uma exemplar colega de serviço na fábrica dos “Elevadores Atlas”, em São Paulo.