Como é perder um grande amigo...

Fica cada palavra. Cada momento vem voltando tornando a mente um a um e com novos significados e você passa a lembrar disso em cada música. Cada coisa que é dita vem acompanhada do pensamento que pergunta:-o que ele acharia disso?

Não sei. Não sou ele e nunca fui.

Mas em parte eu entendo.

Em grande parte eu te entendia.

Sabia dos fracassos e frustrações, por que a gente os dividia. Porém a maioria das vezes eu pensava que estávamos superando tudo juntos e talvez não estávamos. Sem talvez. Você não superou. Por que eu me vi superando e querendo viver e você mesmo com tudo do qual se orgulhava e dessa vida numa eterna festa não segurou a barra.

Cara,

Entenda que era tudo um grande show, daqueles mesmos que amanheciam com cavalos e pessoas dentro dos porta-malas do carro. Mas no final eu entendo que tudo estava cheio de dor.

Coragem perante a morte ou covardia perante a vida?

Eu te juro que não sei mais. Por que ás vezes eu sinto que cansei de jogar e me viro para alguém e digo:-o que vai acontecer daqui para frente?

-Vai tudo dar erra... Desculpe... Eu não sei...

Perder um amigo assim é pensá-lo como um copo vazio. Agora está mais vazio do que nunca, sabe. Não há espaço para o vinho nem para a dor. Outra pessoa que acreditava em você mesmo com todas as brincadeiras, mas a quem você disse:-vou me matar... Disse-te mesmo que você nunca vá ouvir:-Que além de toda essa nossa vida... Não haja nada... Pois só assim ele encontrará a paz que tanto almejava...

Mas sabe... Amigos me surpreendem deixando a vida de repente... Isso é sim um sonho difícil de acordar...

O tempo nada mudou e não entendo como é perder um amigo

Cada sentimento

Cada dor

Ainda não é real

Mas quando chega a noite... Todas as luzes estão apagadas... E essa voz... Eu não sou mais forte... E sei que você nunca ouvirá nada do que eu nunca pude te dizer... E ainda penso que poderia ter feito mais... Algo mais... Não sei mais...

É sempre bom lembrar...

Que ás vezes nós também podemos chorar

Não esquecerei.

Você nunca lera e nunca lerá.

A demagogia já começou.

Como sempre saberíamos que existiria, onde todos são seus amigos e te amavam.

Mas o sentimento verdadeiro você conhecia.

A família Brito perdeu seu pai.

Um dos nossos se foi.

O eterno Pirú que largou seu nome

Em alguma das ruas dessas terras

E nela continuará

Adeus

Vá com a paz que nunca tiveste em vida

“Não se morre quando se deixa vivo seu olhar dentro de nós”

Cidadão Quem

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 23/02/2010
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