MORREU RIGONI - O HOMEM DO VIOLINO

Ontem à tarde morreu Luiz Rigoni. Morreu aos 80 anos de pneumonia, seguramente agravada pelos inúmeros charutos que fumava durante o dia – ele cheirava a fumaça - e que ele não abandonava nem o que o Papa implorasse.

Era meu vizinho aqui em Cotia, SP – morávamos no mesmo condomínio – e jogamos fora, muita conversa fiada em alguns sábados e domingos. Riamos das piadas dos amigos, das nossas, e de nós mesmos na frente da banca de jornal do Márcio. E ele ria alto e gostoso, sempre com um ar debochado – era um gozador incorrigível.

Umas duas vezes levei-o comigo ao meu sítio em Juquitiba e mostrei a minha éguinha pé-duro chamada Kita – uma das minhas paixões animais, querendo impressioná-lo.

- Ô garoto ! Isso é um pangaré ! – falava sorrindo, com conhecimento de quem montou em vários “puros-sangues” ingleses.

Paranaense, fez a vida e ficou famoso no Rio de janeiro onde morou muitos anos. Boêmio inveterado, morreu sozinho –solteirão convicto – e boa praça.

Meu amigo Rigoni, moramos lado-a-lado e somente fui saber da sua morte lendo hoje na página de esportes do Estadão, onde você foi colunista, fazendo análises do turfe nacional. Esta vida corrida de São Paulo nos desumaniza.

Nestes tempos de Ronadinho’s e de Nike tenho certeza de poucos sabem quem foi Rigoni.

Luiz Rigoni foi um dos maiores, senão o maior jóquei que o Brasil já teve. Ganhou vários "Grande Prêmio Brasil" no Rio de Janeiro, montando o cavalo argentino El Aragonés.

Não tocava qualquer instrumento de corda em nenhuma orquestra , mas era conhecido internacionalmente como “ O Homem do Violino” pela maneira sutil com que comandava o cavalo.

“Frouxa a rédea,

o cavalo largou

no último páreo

derradeiro galope

levou Rigone.

Cavalga, amigo

jóquei do eterno

Adeus ! “

É o que posso fazer agora para te homenagear, caro amigo.