As duas amigas

Uma delas era quieta, pacata, a outra era o oposto, eternamente disposta para viver, tanto a noite quanto o dia, contanto que participassem muitas pessoas, que houvesse música, alegria. Era uma pessoa feliz, linda, muito querida por todos.

Ambas sonhavam com um novo amor, com um emprego melhor. Sentavam nos bancos do jardim do prédio, falavam sobre maridos, chefes, novidades no oficio em comum (ambas eram secretárias), etc. A amiga pacata trabalhava no Pólo Petroquímico de Camaçari, a outra em Aratu, perto de Salvador, Bahia.

Eram tempos felizes. A alegre era uma pessoa apaixonada pela vida, gostava de celebrar como uma “boa baiana” . O dia era curto para a alegre amiga. Ela trabalhava muito, estudava, era super responsável, mas sempre estava disponível para divertir-se.

Afinidades não faltavam entre ambas, mas nunca saiam juntas. A alegre tinha uma filha, quando saia ficava aos cuidados de sua família, que residia no mesmo condomínio.

A outra amiga nunca podia acompanhá-la porque tinha três filhos pequenos, não havia quem cuidasse deles. Na realidade era desculpa, a amiga mais pacata preferia ficar em casa!

Em um destes dias lindos, mais uma vez a amiga alegre seguiu para divertir-se. Todo dia era muito especial para ela, todo dia era celebração da vida. A outra, como sempre, deu uma desculpa e não foi.

Foi selada a separação entre ambas. A amiga alegre foi vitima de um acidente, quando retornava para o lar, partiu para sua última morada.

Viveu com pressa de ser feliz. Saudades, muita saudades dela! E.

Marina Gentile
Enviado por Marina Gentile em 05/02/2010
Reeditado em 10/04/2010
Código do texto: T2070334
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