JIRAU DI/VERSO
Nº 06 – agosto.2006
por Enzo Carlo Barrocco

A poesia paranaense de Eno Teodoro Wanke

O POEMA

ANOITECER DO NATAL

Maria sonha. Está muito cansada.
José conduz de leve a montaria
e a deixa dormitar. Pobre Maria!
Que longa e que monótona jornada.

A noite vai se pondo sobre a estrada.
A luz é uma cortina fugidia...
Cochila a moça. E sente, todavia,
a vida no seu ventre agasalhada.

Sonhando uma criaturinha ativa
predestinada ao seu carinho e bem
sorri, na suave antevisão festiva...

José suspira. Pára um pouco. Além,
a noite revelou, caritativa,
as luzes palpitantes de Belém.


O POETA

Eno Teodoro Wanke (Ponta Grossa 1929 – Rio de Janeiro 2001) poeta paranaense. Eminentemente poeta, Wanke esteve às voltas com, praticamente, todos os gêneros literários. Excelente sonetista (como se vê no poema acima) e trovador apurado, esse paranaense, em certos momentos se valia de um humor aristocrático para dar vida a seus belíssimos escritos. A nova geração de leitores necessita descobrir este excelente e indiscutível poeta.

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ESTANTE DE ACRÍLICO

Livros Sugestionáveis

“Memórias Póstumas de Brás Cubas” (Romance)
Autor: Machado de Assis
Edição: Editora América do Sul Ltd.

A prosa machadiana, no seu melhor estilo, aparece aqui em “Memórias Póstumas...” Um texto agradável, bem-humorado, bem à maneira de Machado.


“Quarentena” (poemas e contos)
Autor: Dilermando Cardoso
Edição do Autor

Dilermando e o seu jeito singular de fazer poesias. O texto rápido, sem meneios, sem metáforas, mas de uma expressividade cativante. Dê atenção co conto “Fruto Proibido”.


“Onde” (Romance)
Autor: Jorge Mun
Edição: SEMEC (Belém – Pará)

Romance selecionado em 1985, pela Comissão Pró-Cultura da Secretaria Municipal de Educação de Belém, entre outros trabalhos, enviados àquela instituição. Jorge Mun e sua verve latente.

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A FRASE DI/VERSA

Felicidade é ter o quer fazer.
- Aristóteles (Estagira 384 – Eubéia 322 a. C.) filósofo grego

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DA LAVRA MINHA

NOVEMBRO AINDA FALA DE VERÃO

                         Enzo Carlo Barrocco

O pássaro risca o céu,
risca a nuvem,
assanha a chuva;
novembro ainda fala de verão.

Pouca água pelos furos;
tempo de canoa virá.
O sol se adianta
pelo chão quente e úmido daqui.

Caem as folhas das paisagens;
a dobra do rio, a dobra da tarde.
Tempo que se vai silencioso;
novembro ainda fala de verão.





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Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 01/08/2006
Reeditado em 06/11/2006
Código do texto: T206689
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