Homenagem a minha irmã Ana Maria

Que amor é esse, Ana Maria?

Amor inenarrável, sem explicação,

amor de irmãs!

Como pode um amor assim? Começou lá na

infância, quando nós dormíamos na mesma cama e eu, bem pequenina, rolava e caía

quase todas as noites. Acordava mesmo era com ela, no escuro, me puxando para

cima.

Amor crescente, com os anos que

se passaram. Nenhuma distância conseguiu fazê-lo diminuir. O tempo passou, os

filhos chegaram. Os dela são meus, só não nasceram da minha barriga, assim como

os meus são dela. Que amor é esse, Ana Maria?

Amor incontestável, quando me

emociono ao vê-la trocar o meu nome pelo da própria filha, como o fazem quase

todas as mães na confusão do lembrar-se de tão grandes amores.

Amor cuidadoso! Às vezes ela não sabe se é minha mãe ou minha

irmã! Quando fico doente, me aflijo ao ver a sua aflição! Imediatamente me leva

para a sua casa para poder cuidar de mim. Que doce amor! Comida na mão, carinho

nos gestos! Na hora de dormir, vai me colocar na cama para poder arrumar os

cobertores em volta do meu corpo, e ter a certeza de que ficarei bem aquecida! Que amor é esse, Ana Maria?

Amor generoso! Quantas vezes ela

deixou de comprar alguma coisa para si, e comprou para mim, a sua irmãzinha!

Amor indelével, que ninguém, nem

nada poderá destruir! Quando perdemos nossos queridos (pai, mãe, irmãs) fomos o

esteio uma da outra. Sabíamos que juntas somos fortes. Eu tenho a ela e ela tem a mim. Que amor é esse, Ana Maria?

Amor desmedido, se ela pode

impedir que minhas lágrimas caiam, ela o faz. Se for inevitável, ela me toma nos

braços e as enxuga.

Amor alegre, quando a melhor

festa só é melhor quando estamos juntas! E não importa onde estejamos, se

estamos juntas já é uma festa para nós! Que amor é esse, Ana Maria?

É, sem dúvida, um lindo e infinito amor!

Quando vim para

esse mundo, tenho certeza que Deus disse: vai, vai ser feliz! Já providenciei

para você nascer irmã da Ana Maria!

Receba, hoje e sempre, todo amor e muitos beijos da sua irmã