Marcelino Freire
Ainda prestando serviços contratados na multinacional na cidade de Pederneiras, após haver participado do bate-papo com o escritor Mario Prata, recebi interessantíssimo e gratíssimo convite assinado pela responsável pela Biblioteca Pública Municipal Paula Rached (Adriana Menezes de Camargo Couto) para um novo bate-papo literário denominado “Narrativas breves”, desta feita com o também renomado escritor “conterrâneo” de Sertânia-PE Marcelino Freire!
Desta feita, como também já ocorrera com o escritor Uberabense Mario Prata, vivi momentos de intensa expectativa nos dias anteriores ao evento.
No dia do “encontro”, tive de solicitar uma saída antecipada do meu local de trabalho, haja vista o evento haver sido marcado para um horário no qual eu ainda deveria estar em pleno desenvolvimento do meu trabalho. Deixei para me retirar em horário que julguei fosse ser suficiente para me deslocar até o local do evento e com isso consegui a “façanha” de chegar já com o evento iniciado!
Encontrei todos os participantes posicionados em um enorme circulo formado pelas cadeiras onde estavam acomodados, tendo dentre eles a figura do escritor. Desculpei-me junto ao “comandante” pelo atraso, no que fui prontamente “desculpado” sob a alegação de que mal haviam iniciado “os trabalhos”.
De imediato a responsável pela Biblioteca deu as boas-vindas ao escritor, fazendo uma breve descrição de sua biografia e dizendo da satisfação que a cidade e os participantes tinham com sua presença por ali e entregando-lhe o comando, para que iniciasse ...
O Marcelino, de forma bastante folgazã, dissertou acerca de sua pessoa, da escolha de seu nome pelos seus pais e sobre como iniciou na arte.
Em seguida, solicitou que cada um dos presentes fizesse sua apresentação e um breve apanhado sobre suas aptidões/aspirações.
Após finalizadas todas as apresentações, obviamente com inserções sempre recheadas de bom humor do coordenador, o mesmo indagou se os presentes sabiam ou já haviam visto/lido algum mini-conto. Alguns dos presentes deram seus pareceres, devidamente “lapidados” pelo escritor e o mesmo então solicitou que todos lançassem mão de um pedaço de papel e neste escrevessem um mini-conto que deveria versar sobre Jesus!
Rapidamente lancei mão de um pedaço de papel e nele escrevi: “Uma aura na cabeça, salvação do mundo!”.
Decorreu um razoável tempo para que todos os participantes (em torno de 20 pessoas) finalizassem a tarefa e, em seu final, o escritor solicitou quem gostaria de ler “sua obra” em primeiro lugar.
Sem hesitar, levantei o braço e me candidatei.
Com bastante verve, o escritor Marcelino elogiou minha “coragem” e solicitou que eu efetuasse o procedimento.
Li rapidamente, haja vista tratar-se de um mini-conto e fiquei no aguardo dos comentários que viriam do coordenador ...
O conterrâneo Marcelino Freire quedou-se por alguns instantes, explanando a seguir que eu havia conseguido expor uma idéia inteiramente de acordo com o tema que ele havia proposto em meu mini-conto, parabenizou-me e solicitou para que uma segunda pessoa lesse o seu trabalho.
Ainda houve uma certa ressalva por parte dos demais integrantes do grupo, havendo até comentários de que após a minha explanação, não tinha mais para ninguém e o que escreveram havia ficado muito abaixo das expectativas, ao que o “comandante” retrucou que não estava havendo uma disputa e sim a exposição da arte de improvisação de cada um.
Com este “incentivo” apareceu um segundo voluntário, após um terceiro, um quarto ...
Com toda certeza houve trabalhos muito mais criativos do que o apresentado por mim e a cada novo trabalho apresentado, o coordenador foi comentando e usando palavras de incentivo ao idealizador.
Houve até uma participante que alegou não ser “chegada” em religião e que ficaria muito difícil conceber algo com o nome de Jesus ... porém, ao final, apresentou o seu mini-conto e foi muito elogiada pelo escritor.
O coordenador fez algumas explanações acerca dos trabalhos que são desenvolvidos pelos escritores, citando diferenças entre os diversos tipos de “escritos” realizados e as dificuldades enfrentadas por aqueles que se aventuram na busca de uma realização literária.
No final, deu oportunidade para que os participantes que desejassem tecessem seus comentários acerca do evento, o que ocorreu com poucos.
Passou a palavra para a responsável pela biblioteca, que mais uma vez agradeceu a presença de tão insigne figura, valorizando este Circuito Literário em Pederneiras e convidou a todos para um “breakfast” de finalização do evento, regado a bolacha, água e suco.
Durante este bota-fora tive oportunidade de ter um tête-à-tête com o escritor e pude passar-lhe alguns escritos por mim concebidos feitos contando as peripécias vividas durante esta minha estada em Pederneiras.
Aparentemente tive uma boa recepção desta minha entrega ao Marcelino Freire, ficando na esperança de ter algum retorno do mesmo, o que infelizmente, passados já dois anos não se concretizou.
De qualquer forma, sou muito grato aos organizadores de cidade de Pederneiras e aos Grandes escritores Mario Prata e Marcelino Freire por nos terem dado oportunidade de conhecer “ao vivo e a cores”, dois grandes talentos desta nossa literatura brasileira!