Ao meu pai
Cruzo o portão,
limite dos teus passos
e olho teus pés cansados
que repousam sob a calçada.
Pés que se arrastam.
Pés estes que já percorreram estradas,
Buscando sustento pra filharada!
Suas mãos marcadas pelo tempo
estende-se em minha direção
e recebo uma benção.
Olho seus cabelos grisalhos
em total desalinho,
a voz cansada,
olhos que vêem “nada”.
E eu ali – parada –
Lapsos do meu futuro!
Geneticamente
Trilhamos os mesmos caminhos!