Dra. Zilda Arns

Ontem, após saber da grande catástrofe que matou milhares de pessoas no Haiti, meu coração sangrou, minha alma gritou junto com as vítimas, implorando socorro divino! E, como sempre faço, busquei nas palavras, ainda que simples, um desabafo, um conforto para minha dor. Naquele momento não poderia falar das paixões humanas, do amor romântico, encontros e desencontros. Naquele momento meu coração batia descontrolado por um amor maior, um amor que nasce dentro da gente, movido por uma força sobrenatural, incontrolável, divina! Há tempo para sorrir, há tempo para chorar. Ontem eu precisava chorar. Não sabia, até então, da morte da Dra. Zilda Arns, grande mulher, grande humanitarista, grande batalhadora, grande parceira de Jesus aqui na terra. “Deixai vir a mim as criancinhas”, e ela, como toda boa serva, deixou que milhões de crianças viessem até ela, através da Pastoral da Criança por ela fundada aqui no meu Paraná, na pacata e pobre cidade de Florestópolis em 1983, à época com elevado índice de mortalidade infantil devido sobretudo, à desnutrição e outras doenças como a diarreia. Daí ter sido ali, o berço, o útero onde esse projeto se desenvolveu sendo posteriormente implantado em todo país e no resto do mundo, devido ao seu grande êxito no combate à mortalidade infantil. Na TV local ontem, o assunto era a Dra. Zilda, mãe de milhões de crianças e mães pobres de nosso país. O escritório onde trabalhava retratava a mulher simples e humilde que era, adornado com os inúmeros troféus conquistados ao longo dessa incansável luta pelas crianças desamparadas, e algumas imagens de santas e de Nossa Senhora. Com certeza, esta mulher, tão extraordinária, tão admirável, tão especial, não estava engajada nesse projeto divino por mero acaso. Soube, através de seu exemplo, tornar a Igreja Católica mais santa e melhorar a imagem do nosso Brasil mundo a fora. Entre dezenas de prêmios, títulos, honrarias, por ela conquistados, nacionais e internacionais, destaque-se aqui, o fato de ter sido em 2006, indicada ao prêmio Nobel da Paz. E ela, verdadeiramente, o merecia!

Não sem razão, Deus chamou-a em campo de batalha: estava no Haiti em missão, levando a metodologia de atendimento da Pastoral da Criança no combate à desnutrição, quando foi conclamada para implementar seu projeto no céu, em parceria com os anjos, onde foi recepcionada com cantos e louvores pelo maior coral já ouvido por lá! . Parafraseando nosso músico-poeta maior, Chico Buarque, mirem-se no exemplo desta grande mulher!

Benvinda Palma

Bemtevi
Enviado por Bemtevi em 15/01/2010
Código do texto: T2031826
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