REVEILLON NO PORTAL DO PARAÍSO

Dona Mari e eu viajamos pra Jundiaí na companhia do filho Cássio e sua Adriana, mais o primeiro neto Igor, na manhãzinha do dia 30/12/2009, objetivando “romper o ano” (como se diz no nordeste) na nova residência da Princesa Ana Claudia e seu marido Décio, juntamente com o nosso filho caçula Daniel, sua Karina e o Tomás, o qual estava ansioso por rever seus primos paulistas, Isabela, Victor e Guilherme.

Chovia muito em Bêagá e, apesar da “Fernão Dias” estar em excelentes condições, a viagem foi demorada pois, só em Oliveira, ficamos presos num engarrafamento (acidente na pista) por uma hora e meia. Todavia, Adriana se revelou uma fenomenal motorista, pilotando seu “Idea” novinho e tendo ao lado o marido-navegador Cássio, o qual colaborou bastante com ela durante todo o percurso.

Chegamos ao nosso destino pouco antes do sol poente, a tempo de curtir a nova morada da nossa filha, uma linda vivenda num condomínio enorme, erguido em grande área verde, em meio à mata e tendo ao fundo as águas da represa. Um bando de maritacas em algazarra veio nos saudar, voando baixo em direção à paineira do terreno ao fundo, onde pousaram estrepitosamente. Era o toque bucólico que faltava!

Ana Claudia serviu seu tradicional café colonial numa mesona frontal à churrasqueira, na varanda da casa, bem ao lado de duas redes (“made in Ceará”) armadas nas colunas que circundavam a construção. Nossos netos todos juntos (exceto Isabela, a “Rainha das Flores”, que viajara pra Salvador/Bahia com os avós paternos, Marialva e Juarez) curtiam a confraternização, falando alto, rindo, mexendo com a “poodle” Lilica, saboreando o lanche e bebericando sucos.

No começo da noite, chegou o papai Décio com o seu bom humor característico, abrindo logo uma garrafa de vinho francês especial para a ocasião, segundo ele. E o papo rolou gostoso, descontraído até as tantas, quando Aninha serviu um delicioso churrasco a todos. Felizes, satisfeitos, fomos conduzidos pelos donos da casa aos aposentos de cada um, já preparados para um sono reparador.

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Acordamos tarde no dia 31/12/2009 e o rebuliço dos pássaros na paineira era grande:- sanhaços, rolinhas, pombas rolas e as maritacas agitavam o pedaço. Ana Claudia nos disse que um casal de tucanos costumava aparecer também. A mesa do café já estava posta. Feito o desjejum, Aninha nos chamou pra uma volta de carro por todo o Condomínio, o que foi feito bem devagar, visitando diversas áreas já construídas e habitadas. Residências de diversos estilos, alto padrão, casas enormes, gramados, plantas ornamentais nos jardins bem cuidados, parquinhos para a criançada, terrenos imensos ainda vagos, tudo muito organizado. O Guilherme pediu e a mamãe Ana nos levou pra conhecer o campinho de futebol (sua paixão), atrás da sua casa, no meio do bosque, onde ele e os amigos já conquistados batem a sua bolinha costumeira. Infelizmente caiu uma garoa e não deu pra jogar nem um pouquinho, pois o campo já estava molhado de véspera (chovera na noite anterior).

Depois disso, retornamos à casa para um banho e a seguir partimos para o famoso Bairro Caxambu, visitando os sítios daquele pitoresco recanto. Fomos à Adega do Beraldo di Calli , onde bebemos um sensacional frisante da casa e saboreamos alguns frios, entre eles a “Copa” , de supremo paladar. Daí a pouco chega o Décio com sua moto fantástica (Honda 1.000 cilindradas), fazendo aquele ronco barulhento e sendo muito aplaudido por todos nós, o que ele adooora!...

Do tira-gôsto e aperitivos do Beraldo partimos para o almoço pantagruélico do Restaurante Brunholli, um lugar maravilhoso, de alto astral, ótima comida e boa bebida. Um frango à passarinho acompanhado de salada e polenta, filé à parmegiana, etc., entre outras maravilhas da cozinha italiana, vieram pousar em nossa mesa. Simplesmente divino!

Após o rega-bofe, retornamos ao “Engordadouro”, dirigindo-nos ao Condomínio Portal II, para um descanso merecido. Seria uma pausa na maratona, aliás muito benvinda , eis que a noite prometia.

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À noite nos reunimos na varanda, defronte ao quintal gramado e à churrasqueira. O tio Daniel, um “chef” talentoso, preparou com esmero uma peça enorme de filé à moda inglesa, acompanhado de uma massa com legumes, o qual seria servido à meia-noite. Ficamos ali, petiscando e degustando vinhos até o momento certo, quando então estouramos algumas garrafas de “champagne” e brindamos ao ANO NOVO! Fogos de artifício riscaram os céus, músicas saudando a passagem do ano, beijos, abraços, sorrisos e alegria contagiante dominando tudo e a todos. O “2010” chegou no melhor estilo e com tudo a que tinha direito! ...

Passadas as comemorações, nos acomodamos no salão de TV, onde curtimos até mais tarde um “show” sensacional da fabulosa Amy Whinehouse, após o que cada qual procurou seu canto pra dormir.

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O primeiro dia do ano nos encontrou entusiasmados, partindo para uma visita ao badalado “Hop Hari”, onde todos nos divertimos bastante, mormente as crianças. O Tomás participava de tudo como gente grande. Ciceroneado pelo papai Daniel e mamãe Karina, viu teatrinho, curtiu alguns brinquedos, se esbaldou. Os netos mais velhos, Igor, Victor e Guilherme então nem se fala. O Gui (oito anos) andou até num brinquedo apavorante, tipo um elevador que desce em alta velocidade duma torre gigante (uns setenta metros), chegando ao solo em questão de segundos. E ele o fez, como me contou depois, com os olhos bem abertos, mirando os marmanjos ao lado, todos de olhos fechados e com expressões de pavor nos rostos crispados. Eu quis descer no tal elevador, mas fui desaconselhado pelo filho Daniel (médico Geriatra), devido ser hipertenso e cardiopata. “Melhor ficar no chão, pai”, ele disse. Manda quem pode, obedece quem tem juízo ...

Lanchamos por ali mesmo e, de tardezinha, satisfeitos e exaustos, adentramos os carros e tornamos de volta ao “Portal do Paraíso”.

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No segundo dia do ano novo fomos passear em Holambra, a cidade das flores, ocasião em que almoçamos num típico restaurante holandês, simpático, aconchegante, onde servem pratos de dar água na boca. Igor, Victor, Guilherme e Tomás se esbaldaram. O Tomás fazia um esforço visível para igualar-se aos primos mais velhos (a diferença de idade dele pro Guilherme é de quatro anos), no que obteve sucesso. Karina, sua mãe, volta e meia o chamava pro seu colo, querendo dar-lhe comidinha na boca, etc., mas o pimpolho recusava, preferindo ficar sentado ao lado dos primos, ou de joelhos na cadeira, ao nível dos maiores. A Karina às vezes insistia, dizendo:- “ Tomás, vem aqui. Quero lhe dizer uma coisa! ...” – E ele, fitando-a bem nos olhos:- “ Pode falar, mamãe. Eu tou ouvindo bem daqui. Fala, mamãe! ...” – E continuava na dele. Comportou-se muito bem, diga-se de passagem, sem brigas, sem birras, exceto quando, em determinado momento, pulando rápido da cadeira ao chão gritou bem alto, como é do seu feitio nessa hora de apertura:-

“- Cocôôô ! ... Alguém me ajuda! ...” - E correu ligeiro em direção aos sanitários do estabelecimento, com a mamãe no seu encalço. Riso geral tomou conta da mesa, dos circunstantes e até dos garçons! ...

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Finalmente, na manhã de segunda-feira (04/01/2010), eu, Dona Mari, Igor, Cássio e Adriana embarcamos no “Idea” , após mais um lauto café na varanda da casa, junto à churrasqueira, depois das despedidas da nossa Princesa Ana Claudia, do maridão Décio e dos netos Victor e Guilherme, entre beijos, abraços apertados, algumas lágrimas e muita alegria. Nisso, passou em vôo rasante o bando de maritacas que nos saudou na chegada, como se viessem também para as suas despedidas! ... Adeus, “Portal do Paraíso!” ...

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B.Hte., 09/01/2010

OBS:- Em homenagem ao casal anfitrião, Décio e Ana Claudia.