A FILHA DO AMOR
PARA CARMEN LUCIA
Ofereço a minha prima essas palavras na intenção de dividir sua dor comigo. Após acompanhar um sofrimento que jamais conseguirei narrar sua realidade. Uma filha enterrando seu pai sem lamentações, só agradecendo a Deus a oportunidade de sido filha desse homem pelo qual foi seu pai. Coloco aqui, nesse pedacinho de céu que é o recanto, onde encontrei apoio solidariedade e afeto de tanta gente importante, competente, verdadeiro doutores das letras que num gesto carinho elogiam meus textos mal escritos e sem pontuação. E com sentimento de poetas, elogiam levando minha alma a felicidade.
Vai à filha a mais uma visita
Seus pensamentos voam
Naqueles momentos eternos
Visões de leveza e de ternura
ANJOS VEM EM BUSCA DE SEU ENCANTO
E ao chegar sente um aperto no peito
Algo estranho acontece naquele hospital
Em pouco tempo tempo está na sala da geladeira
Olha e já de longe reconhece o corpo de seu pai
Lança-se ao corpo frio e sem vida do Pai amado
Pai, paizinho porque não me deixaram ficar com você nos
últimos momentos de sofrimento
Com o coração esmagado
Veste seu pai com carinho
para a última caminhada sem volta.
E num caixão frio é colocado, quem fez
tão feliz sua existência terrena.
Segue o cortejo e ao fechar aquele caixão
Beija várias vezes o corpo frio
Levando seu calor
Na esperança de traze-lho de novo a vida.
Tantas vezes retiram-a, tentando poupar lhe do sofrimento
Oh! Deus Poderoso e Justo
Ninguém pode amenizar esse pranto
Entrelaçada ao rosto querido
Agradece ao eterno que lhe deu a vida
“Obrigado me Deus por me dado pai tão bom
Devolvo a ti com alma dolorida, ferida
Sei que reclamas o atraso do retorno ao céu
Seu anjo já se demorou demais na terra”
Pais e os irmão que se foram, o esperam com ansiedade
até uma festa já organizaram para receber sua alma santa e pura,
na caminhada para a eternidade
Desabafa, chora
Tiram-a de cima do caixão
Queria pobre alma sofrida uma despedida eterna Fecham o caixão depois de recuar a filha Reclama sem forças em voz embargada pelo choro
Quero participar de tudo em doloroso pranto diz:
Isso não é tanto pior foi tirá-lo daquela geladeira.
Leva em passos doloroso seu pai, seu santo
Pra escuridão dos sete palmos
Desce o caixão, fecham a campa,
Fim de uma caminha
Começo de outra vida
Vai,
deixa a carne
Leva com ela a saudade
A dor inigualável.
Na tristeza e na dor
Leva a esperança e o conforto
Que Deus levará sua alma santa e pura.
(Prima, que suas lágrimas com gosto de sangue, misturadas com a de Nossa Senhora ao chegarem ao chão sejam transformada em Esperança. A você, sua maizinha, seus irmãos: Icleia, Norma Suely, Carlos Augusto, Israel e Paulinho o conforto que só Deus pode dá, beijos querida, te amo,
Lucia