Carta à Vanda Sales
Assim como ocorre a transubstanciação do milagre do pão e vinho em corpo e sangue do grande Mestre, há também determinadas pessoas que, por Dom ou por encanto e magia dos Deuses conseguem transformar palavras em pétalas preciosas que jamais poderiam deixar de visitar nosso jardim.
Desta forma, o encanto se concretiza. A magia se torna plena. A paixão é inevitável.
Um carinho especial, do nada, aflora do nosso ego, ao saber que em algum lugar desse imenso país, há pessoas que mantém frequência em sintonia com a daqueles que, de uma forma ou outra, são afetuosos sem nenhum tipo de cobrança. São apenas fulgores da magia que a amizade consegue romper. E quão brilhante se torna em nossas vidas, ainda que tivéssemos os maiores brilhos de diamantes, não se poderia comparar.
Dentre muitas grandes e enigmáticas amizades que se rompem neste poderoso recanto, nasce também a empatia pela pessoa que não se conhece, mas sabe-se que existe, mas sabe-se que se tem latente uma grande ligação, enfim, tem-se o saboroso gosto pela amizade "oculta" somente em aparências, haja vista que se conhece muito mais que se possa imaginar.
Em pequenos pontos... pode-se dizer muito! No entanto, a escrita se torna fundamental. E isso que nos alimenta nesse insensante desejo de buscar mais do outro. As palavras que não foram ditas. As palavras que podem unir ainda mais os corações que já se encontram em plena sintonia. Desta forma, são os escritores que nos faz sentir bem. E são muitos...
Inobstante a quantidade, tem-se a qualidade. E você, Vanda Sales, soube e sabe cativar em pequenas palavras corações distantes que, ainda que não haja a constância de uma reiterada escrita, guarda tesouros ocultos já revelados. Essa é a grande magia que está em torno dos grandes escritores e amantes das palavras, e por que não, da vida.