Luisa, um “que” de loucura
Pensei em escrever algo verdadeiramente meu para pôr em minha web site. Meus pensamentos rodaram em torno do amor. Não era o que queria pensar, mas foi o que pensei.
Foram tão fortes meus pensamentos que fui conduzido ao mundo das lagrimas, sim, eu chorei. Se dizem que Nietzsche chorou por conta de um amor. Dizem que Jesus chorou pela dor de amar. Porque eu em minha pequenez não poderia chorar. Então este simples pensamento me devorou horas afins. O amor!!!
Pensei, pensei e pensei...
Pensei em Zaratustra e seus anos de solidão e reflexão, sobre o dever do homem em superar o próprio homem e tornar-se o super-homem. “De todo o escrito só me agrada aquilo que uma pessoa escreveu com o seu sangue. Escreve com o sangue e aprenderá que o sangue é o espírito", assim falou Zaratustra. Não quero me acostumar a viver, pois sei que de uma hora para outra esta vida será arrancada de mim. O que quero é carregar em mim costumes como a paixão, fonte que nutre o amor.
A paixão sangra o espírito que mancha o corpo. Esse sangue derramado e vertido por essa insanidade que é a vida só valerá de algo se com ele escrever novas verdades através das quais romper os paradigmas dos costumes seja caminho para viver os amores sem paradigmas. Então, a paixão vencerá o homem comum da sociedade civilizada e nascerá um sobre humano, para tanto, é necessário que se coloque um “quê” de loucura no amor.
Depois pensei em Emilio em seu afastamento da civilização. Filho que Rousseau não abandonou, mas por causa dele foi julgado, condenado e apedrejado pela sociedade civilizada que não conseguiu matá-lo. Cheguei à conclusão que ser pai não é uma razão social que te imputa legalidades e obrigações civis. Ser pai é o “que” de loucura existente no amor, é a paixão avassaladora que renova a vida, mesmo que esta seja passageira. Ser pai nos devolve a esperança utópica de que se pode mudar o mundo, pode-se ser o super-homem, ou o sobre-humano que mudará o humano do mundo.
Pensei no herói sem moral de Andrade, já que não existe moral no amor. Será que um dia haverá força de desprender o ser dessa moral o suficiente para aceitar as diferenças. Dessa moral que põem judeus contra muçulmanos, católicos contra protestantes, ricos contra pobres que não se têm a certeza se essa é a moral posta por Deus ou a moral posta à Deus.
Pensei... Se abaixo de Deus o ser-humano é a primazia do divino porque ser diferente a cima da Terra? Pensei mais um pouco e à beira do solipsismo cheguei à conclusão de que se existe um Deus a moral imputada a ele é do homem, a triste moral que gera indiferenças as perdas.
Pensei... o que seriam meus pensamentos se outros já não os tivessem pensado com maior glamour sobre o que penso hoje?
Pensei, pensei, pensei...
O que me faz diferente de todos que andaram sobre essa terra infértil são as sementes que espalho por esse solo.
Luisa mais um “que” de loucura, me põem um bobo apaixonado pela vida.
Espero-te como a noite espera o dia...
Desde já com muito amor.
Papai
Ley Gomes