A menina de 112 anos
O ônibus da Gontijo saiu da rodoviária de Feira de Santana por volta das 19:00h; passou por várias cidades da Bahia até penetrar nas montanhas das Minas Gerais ainda de madrugada; uma breve parada em cidades do interior e quando o sol já dava sinais de ir embora, todos os que estavam naquele ônibus já viam as luzes daquele Belo Horizonte.
Esta viagem marcou a minha chegada pela primeira vez nesta cidade incrível, cheia de coisas novas, principalmente para aquele jovem menino que vinha prestar o vestibular e jamais havia visto os encantos belorizontinos. Era um “uai” daqui, um “sô” dali, um “trem” acolá; prédios com arquitetura diferente; gente vestida de modo tranqüilo; o friozinho do mês de julho que já não se sente mais e as comidas estranhas; era tal de caldo de pinto pra um lado, angu a baiana para o outro, quirera, tutu; putz, tudo era diferente.
Naquela primeira vez, lá pelos idos de 1979, eu fiquei e curti Belo Horizonte por cinco anos maravilhosos; depois, em 2003, voltei e creio que agora pra ficar. Eu sempre quis ser mineiro e tanto persisti que hoje sou; pelo menos de coração ou adoção.
Belo Horizonte me deu dignidade, ensino, civismo, conhecimento, amigos, abrigo e me deu também meu maior tesouro, minha Mariana; não a cidade linda, mas minha filha derradeira, a Mariana Portolan Pires.
Em 12 de dezembro de 2009 Belo Horizonte ascende 112 velinhas, uma jovem senhora que merece respeito, atenção e carinho de todos aqueles que nasceram ou vivem sob seu extenso favônio; pessoas que assim como eu, descobriram aqui a verdadeira face da alegria e da brejeirice mineira.
A ti oh Belo Horizonte, cidade de tantos encantos, tantos nomes (beagá, Belô ou Cidade-Jardim), de tantas faces e de tantos amores; meu sincero e profundo registro de amor; meus cumprimentos e minha eterna lealdade. Feliz Aniversário e que as montanhas de Minas a proteja por mais mil anos...
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
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