Ode  á Cartola...

Foste tu ,que cantaste em rimas a rosa !
Propalando em versos, mais que bobagem...
Incitaste minha inspiração curiosa,
em ti , nos poetas galgamos a visagem...
foste tu Cartola a Divindade da prosa!

Não fui eu! Ah , não fui eu, foi a flosa,
Que roubou o perfume, fugindo pra ramagem
sufocando verso , pra não falar da rosa.
declamando avessos prados na viagem
feridas de acúleo, maculando a glamurosa...

Prometendo valsar elevo, a flor de meu canto
Pois já vai terminando a primavera que conto
Secando pranto da rosa. Ouvindo-te na memória
Poética. Transmudo gemido da pétala, em glória ...

Ah, não fui eu! Não fui eu, a conspurcar orgulhosa
Odisséia no jardim teu! Não, minha abordagem
Sem viço é despetalada, diante a poesia gloriosa
Que bate outra vez no verão, flanando na aragem...

Foste tu poeta! O sopro da brisa carinhosa,
açodar do amor, Cartola! Abismando a roupagem
emoldurando retrato, esboçado na sexta chorosa
banhando a nostalgia em acalanto, dizendo a rosa...


“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
14/7/2006

Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 18/07/2006
Reeditado em 18/07/2006
Código do texto: T196783