Para Regina

Ela nem sabe, mas eu poderia ser a cidade de nome estranho e comprido, que a contém sem limita-la, e que nela está contida, de tal forma interseccionada em tudo, provando ser a soma das partes maior que o todo.

Ela também não sabe: quisera eu fosse, ao menos, a água com que rega seus gerânios, pois de água e regina vivem os gerânios, e talvez, unida em propósito de delicadeza, eu entranhasse pela terra morna e ganhasse o céu.

Eu lhe seria lápis e papel ou areia e graveto; também seria o fogo ineficaz ou a onda respeitosa.

Ela não sabe, e basta.

Gina Girão
Enviado por Gina Girão em 08/12/2009
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