Para Regina
Ela nem sabe, mas eu poderia ser a cidade de nome estranho e comprido, que a contém sem limita-la, e que nela está contida, de tal forma interseccionada em tudo, provando ser a soma das partes maior que o todo.
Ela também não sabe: quisera eu fosse, ao menos, a água com que rega seus gerânios, pois de água e regina vivem os gerânios, e talvez, unida em propósito de delicadeza, eu entranhasse pela terra morna e ganhasse o céu.
Eu lhe seria lápis e papel ou areia e graveto; também seria o fogo ineficaz ou a onda respeitosa.
Ela não sabe, e basta.