DE QUEM E A QUEM MUITO ADMIRO:

Faz mais ou menos vinte anos que acompanho as opiniões e os escritos de Ives Gandra Martins, um professor de direito tributário e jurista brasileiro.

Embora não seja eu da área do direito, comecei a nutrir uma certa "paixão" e admiração pelo referido profissional, desde a era Collor de Melo, ocasião em que fomos ,subitamente numa calada da noite, surpreendidos pelo plano Collor/ Zélia, através do qual, sob discutível pretensão, se confiscou a poupança dos brasileiros.

Naquela época as palavras do professor pareciam tiradas do meu coração. Ao ouvi-lo me sentia "lavando a alma".

E hoje, através da rádio Jovem Pam am de São Paulo, cheguei às raias da emoção com a sua fala a respeito do seu último livro publicado que versa sobre a corrupção infiltrada que vivemos no país.

Uma aula de ciências políticas e humanas.

Faço um adendo para linkar o fato de que o presente assunto, CORRUPÇÃO E ESSA NOSSA INTRIGANTE INÉRCIA DO POVO, foi o tema de redação do ENEM desse final de semana, aliás, exame que também não conseguiu fugir ao tema.

Vejam, a situação é tão grave que passa até a fazer parte do rol de temas dos exames. E mesmo assim pouco se consegue mudar, porque na verdade não se tem com mudar uma cultura tão arraigada ao longo do tempo, que acaba por "fazer parte".

Mas o que quero deixar registrado, é que, a exemplo do que estou fazendo aqui, ou seja, escrevendo, o professor faz no seu livro com toda a fala que com certeza também sai das gargantas caladas dos muitos que sofrem com o cenário e se sentem reféns duma situação.

Ou seja, hoje, nas palavras do professor Ives Gandra Martins acerca do que versa seu último livro, mais uma vez pude perceber que nem sempre estamos sozinhos,embora muitas vezes nos sintamos sós no pensamento e nas percepções de mundo.

E saber que alguém da monta do professor, um dos maiores juristas e nobres homens das ciências humanas que temos no Brasil, tem a palavra, a coragem e a dignidade de escrever sobre todos os momentos que culturalmente nos levaram ao momento atual de descaso frente a tudo que vemos e que não conseguimos solucionar ao logo do tempo, realmente faz com que enxerguemos uma ponta de luz no final do túnel.

De tudo que narrou, uma frase eu memorizei:"nenhum homem é confiável diante do poder".

De fato, é o que temos constatado.

Disse ele que por aqui o crime NÃO É A CORRUPÇÃO, mas sim ser descoberto por praticá-la.

Fantástico. É assim que sinto. O bom corrupto é aquele que jamais será descoberto.Se o for, aí sim existirá o seu crime, o de ter sido desmascarado pelo entorno, portanto não serve para continuar no quadro dos corruptos.Daí será sumariamente expurgado, desde que convenha ao cenário.

Ao professor Doutor Ives, deixo aqui os meus sinceros parabéns pelo tema escolhido para escrever e nos doutrinar.

Precisamos de homens assim. Visionários de ponta, com o devido respeito na sociedade e no seu meio, para que nos abram as portas do discernimento social.

Ainda que num processo demasiadamente lento, é preciso que joguemos as sementes das conscientizações sociais, nesse terreno tão árido e inerte em que vivemos na atualidade.

E escrever é adubar e perpetuar o pensamento.

Sem dúvida vou procurar pelo livro.

E quanto ao direito de defesa que todos temos, antes das correspondentes sentenças depois dos " transitados em julgado" ao que ele doutamente se referiu na sua fala , tenho apenas a comentar: Eita, mas que tráfego mais congestionado, esse "trânsito em julgado" dos corruptos, não?

É congestionamento campeão!

Nem as ruas de São Paulo ganham desse engarrafamento...

Ao grande professor,

com carinho e admiração pelo seu tão belo e competente trabalho em prol da cidadania.