AECIO FLAVIO, O MAESTRO

Meu velho e saudoso pai, Constantino Rêgo, tocava clarineta e saxofone, tendo estudado música no antigo “Instituto João Pinheiro”, na Gameleira, onde foi interno até completar seus dezoito anos.

Além de música, jogava bola e era respeitado nos times de futebol por onde passava. No Cedro Esporte Clube, o esquadrão da fábrica de tecidos da minha terra, ele despontou como “ponta-direita”, tendo até recusado convites para jogar no futebol profissional da capital mineira, no caso, o Atlético Mineiro.

Ele não aceitou, apaixonado que estava pela minha futura mãe, Flaviana, mas seu colega Murilo Silva, o “becão” do Cedro, topou e veio para Belô pra ser titular no “Galo”.

Anos depois, já em Belo Horizonte e com a família crescendo, meu pai criou o “Conjunto Constantino de Ritmos”, eu no vocal e pandeiro, Aécio no acordeão e Rubinho no violão. Chegamos a fazer apresentações na Radio Guarani e tocamos muito também em bailes no Esporte Clube Renascença, em festas familiares e nas famosas barraquinhas da Igreja de Santo Afonso, promovidas pelo Padre Pedro Lacerda Gontijo.

O mano Aécio Flavio começava a despontar profissionalmente, pois tinha um raro talento musical. Passou a freqüentar o “Ponto dos Músicos”, na Avenida Afonso Pena, próximo ao Café Palhares, fez amizades com músicos e artistas conhecidos na época, formou seu próprio conjunto, gravou seu primeiro disco, na BEMOL e ganhou o título de “O Melhor da Noite”, num concurso promovido pelo jornalista Darcio Silva, do “Diário da Noite”.

Waltinho baterista, Washington do piano, Chiquito guitarrista, Dino do saxofone, Carlinhos ritimista, Paulinho Horta do contra-baixo, Celinho do piston, Toninho Horta, violão, e Milton Nascimento, o “Bituca”, “crooner”, foram alguns companheiros do mano Aécio Flavio e integrantes de conjuntos por ele criados.

Já famoso em Belô, levantou vôo para o Rio de Janeiro, buscando espaço naquele badalado centro artístico e cultural brasileiro. Depois de muita luta, despontou na “Rede Globo”, tocando no “Fantástico”, formou um conjunto musical (o Quartezanato), onde surgiu, entre outros, o saxofonista Léo Gandelman e, por fim, criou a LYRA PRODUÇÕES ARTÍSTICAS, fazendo jingles e trabalhos afins.

Hoje, cabelos encanecidos pele neve dos anos, cheio de filhos e netos, o mano Aécio Flavio luta para superar uma fase difícil na sua vida, um “AVC” traiçoeiro, contando para isso com a sua fé em Deus, as orações fervorosas de todos nós, seus irmãos e parentes distantes, e, principalmente, o apoio e o carinho da sua dedicada Áurea, a mulher querida.

Vá em frente, mano! Estamos todos com você nessa parada. Você há de pular também essa fogueira!

Abraços e beijos de todos nós! ...

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B.Hte., 03/04/01

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 02/12/2009
Reeditado em 12/10/2013
Código do texto: T1955527
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