Mel sem abelha

Sabiá de caramelo das quintas enluaradas

Tenro sorriso, mulher-menina

Cantiga de roda, de samba: quimera encantada

Abre teu pio, resplandece em brio

E sorri e fita e fala e canta e dança

Êxtase doce; Mel, doce Mel...

blah-blah-blah...

Apresentada a rima, falemos da dama

E não se acanhe, mas não se afobe

Ela encara, mas não morde

Se deixe levar pelo samba em sua voz

Se deixe bailar no som da risada

Ela é ímpar, permita-se ver, o resto é boiada*...

Então, num repente de repente

Sua mente prega e pragueja:

“Como pude sorrir outrora

Sem doce nem amora

Achando-me feliz e além,

Sem sorriso de Mel

Sem alguém que me me faz tão bem?”

E acredite, nem por rima nem abelha

Nem por violas ou pueril natureza

Nada sobrepõe a delícia de experiência

De se deixar Melar, de ouvi-la cantar

Adoce sua vida; fará diferença

Tome um pouco de Mel e sempre terá um sabiá na janela

E não importa se fechar a janela ou cerrar os olhos

Uma vez que o sorriso lhe toca

Você já se Melou...

* - salvo raras exceções...