O RIO ÁGUA PRETA
Rio de águas escuras,
De minérios e pedras,
Riquezas que enchem somente
O bolso dos exploradores.
Revirando assim pelo avesso,
O água preta é já
Um caudal enferrujado,
Águas vermelhas, barrentas,
Chumbando trairás,
E os poucos outros peixes
Que ainda teimam nadar
Contra correntezas estúpidas.
Que são águas
Estranhamente intocáveis,
O rio hoje passa escuro,
Muito longe daquele
Dos meus tempos de menino,
Quando o rio passava tão limpo
Que a gente podia usa-lo
Refletindo muita alegria,
As águas que nos esperava.