Sua majestade o papel! Homenagem aos escritores da arte da vida

Sua majestade o papel!

Nele se consegue expressar, sem medo, aquilo que sentimos. O papel por si só pode parecer um objeto frio, mas na medida em que damos asas à nossa imaginação e os sinais gráficos das letras o vão preenchendo, o papel se enche de vida e de uma multiplicidade de sensações. Nele você atinge a liberdade, uma liberdade que talvez não seja possível expressar pela fala, mas somente pela escrita. Assim, o papel é o nosso salvo-conduto, talvez a única maneira de atingir a plenitude do que sentimos e do que somos, uma tela em branco para ser preenchida com as cores das nossas histórias.

Sempre tive a convicção de que na vida todos exercem um papel.

Talvez não consigamos, muitas vezes, encontrar nosso papel na arte da vida, mas no papel sempre encontramos a expressão da nossa arte. Nele escrevemos muitos textos sobre o amor, sobre paixões, cenas de vida e morte, alegria e tristeza, caminhos que nos levam a Deus, e muitas vezes, no papel, colocamos Deus em nossos caminhos.

Na majestade do papel resumimos nossa existência, ou até mesmo encontramos nossa existência, enfim, encontramos nosso papel no teatro da vida.

Sempre tive a convicção de que nascemos para um grande papel.

Nunca vamos admitir passar por esta vida apenas no papel de coadjuvante, pois desde pequenos sempre nos fizeram acreditar que estávamos destinados ao papel principal. É incrível como ao longo da vida vamos deixando que a crença de outras pessoas mortifique o nosso espírito, e chegamos ao ponto de aceitar um papel secundário, enquanto todo o nosso ser grita para brilhar no papel principal.

Sempre nos fazem acreditar que nossa atuação será reconhecida, e que no final das contas lhe darão o papel principal, em razão dos méritos da dedicação de uma vida inteira como ator coadjuvante. Ledo engano, nesta vida quanto mais você se esforça no papel secundário, mais longe você fica do papel principal.

No papel da arte da vida, saber situar a nossa vontade é essencial. Muitos chegam ao topo de suas conquistas, outros desistem pelo caminho, mas a grande maioria permanece sem saber seu verdadeiro papel. Porém, quando as cortinas se fecham no grande teatro da existência, todos se encaminham para o mesmo destino: o silêncio!

Mas, enquanto a platéia aplaude, há tempo para realizar seu papel, qualquer que seja ele, com uma perfeição para atingir o que importa: a felicidade. Ser feliz no seu papel é o que mais importa, pois a fama, a beleza e a fortuna são efêmeras, o que permanece para a eternidade são as linhas da nossa história.

Cada um escreve sua própria história, a partir de um papel em branco. Algumas vezes passamos nossa história a limpo, algumas vezes o texto fica borrado, mas sempre há folhas em branco para preencher, mudar o cenário e o contexto, inserir novos personagens, até que o livro se aperfeiçoe, ganhe a beleza da sabedoria e mereça o ponto final.

Marco Antonio Vasquez
Enviado por Marco Antonio Vasquez em 28/10/2009
Reeditado em 02/02/2010
Código do texto: T1892048
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.