CAROS AMIGOS!
Acha um amigo e terás um tesouro
Diz a Bíblia e é uma frase de ouro...
No tempo da Bíblia só existiam amigos reais;amigos de carne e osso,que você podia pegar,cheirar,abraçar.
Hoje,nos tempos da internet,nos enriquecemos com um milhão de amigos que não conhecemos fisicamente nem pudemos usar nossos braços para abraçar.
Mas,eles nos conhecem muito melhor do que nos conheciam os de antanho,para usar uma palavra do meu tempo,quando as amizades eram mais duradouras que as de hoje.
Porque conhecem a nossa alma!
Descobrir e reconhecer um amigo entre milhões de palavras escritas é uma arte; o “feeling” tem que funcionar.
Não sei que mistério mais secreto que o de Elêusis me faz separar o joio do trigo;entre muitos,escolho os mais caros ao meu coração.
Um deles, o piauiense Adalberto Antonio de Lima,cidadão do mundo,escritor inteligente,narrador de sagas,cujo livro “A Saga dos Marianos”
releio sempre que quero mergulhar no universo gostoso dos nossos sertões,presenteou-me com um artigo daqueles que só os bons amigos podem escrever.
Não sei se sou merecedora daquelas palavras, escritora mediana que sou,sempre lutando com as palavras,vivendo entre elas,tentando transformá-las em sentimentos e paixões.
Mas, sou merecedora ,sim,de amigos como Adalberto e outro bom nordestino “da molesta”,Geraldo Lyra.
Geraldo tem o dom de perceber coisas onde os outros não percebem,reunir pérolas esparsas e fazer um colar dourado e fulgurante,que vai embelezar com engenho e arte o colo marmóreo da Deusa Cadela,como D.H.Lawrence chamava a Literatura.
Refiro-me à coletânea “Jangadas”,que recebi,ontem, como um mimo do escritor,que reuniu num livro imperdível as trovas mais belas do Nordeste.
Parodiando Caymmi,digo que quem não gosta de trovas,bom sujeito não é.Deve ser mesmo ruim da cabeça.
O livro foi editado pela Scortecci e tem grude; quando a gente pega prá ler não solta mais;a imaginação enfuna as velas,desliza nos verdes mares da poesia e realiza uma viagem de sonhos pelas praias nordestinas,conduzida pelo grande timoneiro que nos presenteou com roteiro.
Aqui,uma das trovas(como escolher a mais bela!?) que enriquece o livro:
Saudade,um mar de lembrança
Na praia do pensamento,
Onde a jangada balança
No sopro leve do vento.
Geraldo Lyra(PE)
Editores,acordem!Tanta gente boa nesse Brasil de meu Deus e vocês continuam a comprar “best-sellers” americanos!?