Brasil
A Terra de Santa Cruz, descoberta por Cabral,
Que veio em naus errantes trazidas pelos ventos
Para tomar posse dessa terra, em nome de Portugal,
Que os mares do sul, preservavam através dos tempos.
A carta de Caminha enaltecia a propriedade
E os nativos, amistosos e manipuláveis.
Escravizaram índios, tolhindo a liberdade,
Transformando grandes guerreiros em pobres miseráveis.
A madeira cor de brasa, que tinha em abundância naquele momento,
Deu nome à nova terra: que de dia tinha um céu de anil,
E a noite com bastantes estrelas no firmamento.
Transformaram Santa Cruz, em Brasil.
O Brasil Colônia foi só explorado.
Para cá só vinha enjeitado, degradado.
Daqui levavam toda a riqueza
Que sustentava a coroa portuguesa.
As terras férteis do Nordeste encheram-se de canaviais.
A produção de açúcar traria riqueza à agricultura.
A mão-de-obra viria de segregações raciais,
Das savanas africanas para o Brasil com a vergonhosa escravatura.
O Brasil Império surgiu com a vinda da família imperial,
Que o expansionismo de Napoleão expulsou de Portugal.
Dom João VI, o rei português, também do Brasil, imperador.
Agora a nação tinha novo valor.
Dom Pedro I, o filho de João, o novo imperador,
Às margens do Ipiranga, revoltou-se contra o luso ardil,
Tornando-se para os brasileiros o libertador
Quando proclamou, naquela hora, a Independência do Brasil.
Dom Pedro II, não se preocupou com os deveres de Estado.
A sua ausência constante era alvo de futrica,
Deixando o poder imperial dos brasileiros isolado,
O que levou à Proclamação da República.
O Brasil empossou o seu primeiro presidente,
O Marechal Deodoro, um líder militar,
Mas não foi um bom governante, pois era um homem doente,
Que só foi usado, para o imperador derrubar.
A presidência do Brasil República entra na era "café-com-leite".
São Paulo e Minas Gerais, revesam-se para presidente.
Os dois estados, por serem grandes produtores,
Manipulam nas eleições, os eleitores.
O gaúcho de São Borja tomou o poder nos braços do povo.
A era Vargas inicia-se por imposição;
O que causa o levante de São Paulo em defesa da Constituição.
Getúlio vence e vira ditador, levando o país ao "Estado Novo".
O governo endurece o regime ditatorial,
O pretexto, é para enfrentar a intentona comunista.
A volta dos "pracinhas", da Segunda Guerra Mundial,
Criou uma aura de liberdade, encerrando assim, a era getulista.
Fim da ditadura, Dutra é eleito presidente,
E eleito com ele também, a Assembléia Constituinte;
Que promulga ao Brasil, nova Constituição,
Dando ao povo brasileiro, novamente, o direito de cidadão.
Getúlio Vargas presidente, agora por voto direto.
Mas o vício da ditadura quis manter a opressão;
Tentou calar com a morte, o desafeto,
E provocou o suicídio do "velho gaúcho", com um tiro no coração.
Nova era se inicia com J.K., o presidente da democracia.
São os "anos dourados", o brasileiro respira liberdade.
A capital do Brasil muda-se para Brasília,
E o Rio de Janeiro passa a ser o Guanabara, o estado cidade.
Jânio ganha a eleição, mas pouco ficou, renunciou.
Por pouco tempo o Brasil teve o parlamentarismo;
Para satisfazer as forças reacionárias, que a Jango não aceitou;
Mas o povo em plebiscito trouxe de volta o presidencialismo.
Mais uma vez, os brasileiros, entram na escuridão.
Jango é deposto pelos impulsos da "Guerra Fria".
Os militares assumem o poder, instalando um regime de exceção;
Tirando a liberdade, derrubando a democracia.
Os generais-presidentes governam com a imprensa censurada;
Pois não aceitam contestação.
A voz de todos, é amordaçada;
A divergência, é subversão.
Os anos negros da ditadura militar,
Cala muitas lideranças idealistas,
E cria outras, subservientes, que só tentam agradar;
Para manterem o poder, com suas ações oportunistas.
Tancredo é eleito pelo congresso, por voto indireto;
Por pressão do povo nas ruas, que exige eleições de verdade.
A morte do presidente deixa no ar um futuro incerto,
E no coração de todos, a sensação de orfandade.
O vice de Tancredo é o novo presidente.
No governo de Sarney, é eleita a nova Assembléia Constituinte.
Que dará ao Brasil a "Constituição Cidadã", de presente;
Mas na verdade, é mais despesa para o cidadão contribuinte.
O voto direto elege Collor presidente.
Que para combater a inflação, confisca de todos, a poupança.
Mas não foi bom governante, da corrupção foi conivente.
Perde o mandato, e do povo, a confiança.
Mais uma vez o vice assume, agora é i Itamar.
É criada a U.R.V. para combater a inflação, o grande mal.
Que consome o salário do brasileiro e o direito de sonhar.
A nova moeda surge, sem a cruz no nome, agora é o Real.
A nova moeda elege governante, o seu criador, F.H.C.
No poder sentiu-se fascinado,
Que pediu ao congresso mais quatro anos, para se reeleger.
Mas o segundo mandato deixou muitos, decepcionados.
O Lula do P.T. é eleito na quarta tentativa.
O povo saiu às ruas para saudá-lo, com alegria.
Suas ações eram aguardadas com muita expectativa;
Mas a complacência e as mentiras jogaram o seu governo na demagogia.
(19/08/2006)