Rio Madeira
Rio Madeira, valente rio da minha terra,
Formado por Beni e Mamoré,
Rios que nascem pequenos na serra
E se juntam para te tranformar no que és.
Rio das cachoeiras estrondosas,
Que roncam entre as pedras num esforço gigante,
Penetra pela floresta arrancando árvores frondosas
E as arrasta, como a um errante navegante
Quanta madeira arrastaste pelo caminho,
Para o nome delas levares?
Foram muitas, rumo aos mares.
Uma Amazônia inteira, talvez, levaste sozinho.
De Porto Velho, meu querido rincão,
Foste sua artéria principal,
Pois o nutrias como um coração,
Mantem a vida em um ser com sangue arterial.
Tuas águas barrentas,
Que arrancam das margens os barrancos,
Com a ajuda das chuvas em tormentas,
Levando tua correnteza em solavancos.
Várias cidades dependem de ti pelo caminho,
Para levares e trazeres em teu dorso, os seus navios.
Mas estás sempre em galope, como um cavalo bravio;
No entanto, levas todos com muito carinho.
Porque tu corres tanto meu rio ousado?
Não precisas dessa desabalada carreira,
Tua estrada desce como uma ladeira,
E quando chegares a tua foz, estarás cansado.
O Amazonas, do qual à direita és o maior afluente,
Aguarda-te com o seu correr sereno;
Para juntar-te a ele e seguir em frente,
Formando no final, o Atlântico, o oceano.