Porto Velho

Porto Velho, terra querida, rincão da minha vida,

Que para muitos é só um lugar.

O Madeira, teu rio valente,

Que muitas cachoeiras tentaram parar,

Para que não chegasse até a ti, para te banhar.

Eu te achava tão grande, quando criança,

Mas quando cresci, tinha a esperança,

De sair da tua segurança e viajar.

Eu era tão feliz e não sabia,

Pois tinha no dia a dia,

Todo o carinho de um lar,

E tanta gente a me amar.

Terra boa e acolhedora,

Que adotou tantos estranhos,

Que em ti vieram morar.

Foste a capital do Território Federal do Guaporé,

E nasceste de uma ferrovia,

A saudosa Madeira Mamoré.

Veia de um povo, uma via,

Que deu a um país, a Bolívia, a esperança

De transportar com segurança

A produção dessa nação.

As “Três Marias”, testemunhas da tua história,

Símbolo constante em teus postais,

Traz ao presente, a lembrança da tua glória;

Do passado que não volta jamais.

Hoje quando vou te visitar,

Vejo-te uma grande cidade;

Mas cresceste irregular.

Eras toda bem traçada,

Com ruas bem alinhadas,

Tudo estava no lugar.

Foste enganada pelo progresso,

Que te prometendo sucesso,

As terras do teu estado começaram a explorar.

A ambição de gente de muitas laias,

Levaram tua cassiterita, teu ouro e teus diamantes;

Teus minérios tão brilhantes,

E foram embora, gastar em outro lugar.

Porto Velho, de Rondônia és capital,

Minha cidade natal;

Muito breve, teu destino vai mudar,

Pois tens filhos muito valentes,

Quando tiverem o poder na mão, farão diferente,

E novamente, voltarás a brilhar.