PRESENÇA DE MAMÃE
 

Pelas manhãs,
Mamãe dependurava as roupas que lavava,
Num grande varal de poesias
E o quarador, mosaico de anáguas
E de vestes infantis, que ela mesma tecia
Era, a cada dia, uma nova pintura,
Um novo quadro, uma nova alegria.
 

Depois o preparo da merenda,
O uniforme bem passadinho,
A vistoria no material,
A hora de estudar
 

E ia se distanciando o rostinho dela
Na pequenina janela
Do ônibus escolar,
Enquanto uma pequena lágrima
Equilibrava-se no cantinho do meu olhar...
 

Já pelas tardes,
Recendia o aroma da sopa quentinha
Cujo principal ingrediente era o carinho de mãe
 

E horas depois, o beijo de boa noite
Que sinto ainda hoje, quando me deito,
E o sono tranqüilo
Sempre tranqüilo,
Porque terna e eternamente tive
Na presença de mamãe,
A certeza de que tudo estaria sempre bem.
 

E tudo ainda está sempre bem,
Terna e eternamente bem,

Graças à presença de mamãe...
 

Oldney Lopes©