A vida é quase boa

Os sons que ouço são separados por uma tênue linha

que beira o prazer e a angústia. Alucino e perco os sentidos. Volto. Paro e penso. Sossego meio minuto. Me pego em digreções malucas. Ofereço-lhe um gole de café. Sem resposta. Não tens essa sede!

A madrugada esfria sonhos e aconchega planos. Espero ver passar, mas só engole, tritura, engole mais, tritura mais...

Dizem ser palavras e obrigações. Cegos estão, pois. Valores perdidos, mentes esquecidas. Falta fé ou sofrimento? Sobra mais medo ou mais dinheiro? Falta ou sobra disposição? Acredite: adimiração!

Acordam e dormem, mas os Olhos não pregam. Para que dormir se podes ficar acordado e escrever um poema sobre o sono?

Não pareces tão contente, mas quer estejamos FELIZES!?

Carbono e amoníaco. Lábios de mel. Arcadas do Violoncelo. Ai Deus, e u é. Navegar é preciso, viver não é preciso. Não me pegue pelo braço. Tudo vale a pena se a alma não é pequena.

Ofereço-lhe novamente. Espero. Não era café. Era sede de conhecimento.

À Charles Borges Casemiro.