Memórias de lembranças 2 ( ao meu pai )
Do namoro as filhos.
Voltei definitivamente de onde nunca saí, minha familia continuava aqui, alguns já tinham ido para outros cantos, mas em cidades que hoje pode ser perto mas naquele tempo era longe ( tatuí e itaí ), vários deles já estavam com famílias formadas, era tio fazia tempo. Antes disso aprendi ,muita coisa mas eempreiteiras da vida, curti muito com meus amigos Moacir e Luis Coraza, muitas histórias que aqui não podemos contar, mas que quem quiser ouvir é só passar no bar do moacir.
Perdi minha querida mãe antes do meu casamento, assunto que nunca gostei de falar, afinal quem que gosta de ficar mexendo no passado e ficar analisando as derrotas, eu sempre fui igual ao time que torço, o Corinthians, olho para o passado sei que o timão perdeu muito, foi muito freguês, mas falo só das vitórias que sei, e sempre foi assim comigo, não esbanjava as vitórias, nunca fui assim, mas também não ficava valorizando as derrotas como se essas fossem minhas vitórias como muitas pessoas fazem.
Casei, e continuei trabalhando muito, trabalhava numa empreiteira e lá aprendi muito sobre construção civil, e mesmo sem ter muito estudo arrisquei nesse serviço e começei a construir casas. Mas nunca deixei de uma coisa que muito gosto, de plantar, como gosto de plantar, onde passava plantava alguma coisa, mamão, abóbora, milho, pepino, chuchu, laranja, limão, e principalmente milho, e muitas outras coisas. Vendemos nossa casa no sitio, e compramos um terreno na cidade de Bofete onde construímos e tivemos nosso primeiro filho, varão, colocamos o nome dele de Edson, e como amei esse filho, conforme ia crescendo via que era muito parecido comigo, pegou uma fase dificil da nossa vida, que fiquei sem trabalho, antes de começar a construir, e suportava tudo quieto, antes de tudo oque viria ainda teve que suportar sua primeira perca com seu avô, que desejou ir antes da hora.
Desde cedo o Edson estudava muito, dizia que queria ser padre, eu não dizia nada, mas achava que ele não iria ser, e acertei, começou ainda pequeno a aprender a tocar trompete numa banda que tinha na cidade, era meu primeiro filho, queria ter outros, e sabia que esse seria diferente, afinal tive 12 irmãos todos diferentes, e dessa forma tive outros. O Fernando pegou a fase melhor, onde meu serviço estava dando frutos e não faltava construções, mas o dinheiro sempre foi curto, mas eu não ligava ( minha esposa ligava para mim, rsrsrsrsr) tinha uma familia, um serviço, minha casa, minhas hortas por aí, dinheiro para um churrasquinho de vez em quando, e não sofria como muita gente sofre com desejos, sendo assim era muito feliz. Não bebia, não fumava, me alimentava muito bem, comia muita fruta, legumes e verduras, e sempre achava que assim iria muito longe, como muita gente da minha familia foi. Comprei um fusquinha, depois uma Brasilia e depois, já no plano real, uma gol GL. Mas meus principais tesouros foram e sempre serão meus filhos.
Meu filho Edson, sempre se virou, com o dinheiro que tocava na banda, dava tudo para gente, a época era dificil, logo começou a me ajudar como servente de pedreiro, e com um incentivo que lhe dei, fez tudo oque tem hoje, emprestei dinheiro para ele comprar uma câmera, uma vídeo e uma ilha de edição, e muitos dos casamentos, aniversários e eventos de Bofete desde 1993 foram feitos por suas mãos. Me pagou e com essa semente que lhe demos comprou seu carro e trocou e ainda troca constantemente de equipamentos. Como tinha dito acima tenho boa mão para plantação. Antes disso, se formou no magistério mas nunca deu aula, partiu para essa carreira, depois de uma tempo fez sua loja de foto e vídeo e construiu sua casa ( ao lado da minha ) e constituiu sua familia, e me deu o prazer de poder novamente ama-lo em duas lindas netinhas ( Laís e Luiza )
Meu filho Fernando, foi um pouco diferente. Estudou até o colegial, me ajudou mas não muito, queria que ele aprendesse tudo oque eu sabia, mas o menino não era para aquilo, brigava com ele, mas ficava chateado depois, eita menino teimoso, como é até hoje, estudou enfermagem, e foi trabalhar numa cidade próxima e logo logo casou, hoje trabalha com vendas, mas sei que ele é uma boa semente e apesar de tudo que ele ainda não colheu sei que dali, assim como seu irmão, sairá muita coisa boa. Ele casou com uma linda mulher, tem sua casa, e me deu a chance de novamente ama-lo através de sua filhinha, a Maria Fernanda.
Ass: Roque Vieira de Camargo
Por: Fernando Vieira Camargo