Pátria Amada...

Dívida interna,
dívida externa, dúvida eterna...

A improdutiva agiotagem
sangrando a produção.

A produção como mero negócio,
distante do abastecimento.

A produção a sustentar
os bancos e o estado.

O estado que perdeu sua função social,
que voltou-se para o próprio umbigo.

O estado que tem zelo com a receita,
que vive a cobrar os deveres do cidadão.

O estado que brinca com a despesa,
que é parcimonioso com os direitos do cidadão.

O estado que tudo privatiza,
mas que cobra custo cada vez maior
por seus não-serviços.

O governo de economia de mercado
que cria grandes oligopólios
nos serviços públicos.

Uma pseudodemocracia,
onde a falta de educação cidadã
curva-se ao marketing político.

Homens sem sentido público,
oportunistas estruturais,
assaltantes do erário público.

Locupletadores ,corruptos;
transformam em renda particular
os recursos da sociedade.

Infância perdida,
a educação de faz-de-conta,
o sustento dos números estatísticos.

Os professores transformados
em massa de manobra,
em fantoches ocasionais.

População doente,
a assistência à saúde visando lucro,
os interesses dos laboratórios.

Os consumidores escravos
de suas doenças,
a espoliação dos debilitados.

Saúde restrita e remédios caros.
Muitas taxas e contribuições,
reduzidos serviços.

Previdência, tão bem lembrada
na hora de ser paga!

Elevada ao status de benfeitora
ao pagar aquilo que é mera obrigação.

Segurança insegura,
polícia enfraquecida
para compensar a inoperância social.

Vidas sacrificadas, 
homens despreparados,
a força do crime organizado.

O cidadão honesto
é transformado em refém do crime.

A sustentação de uma legislação pró-marginal,
O sistema carcerário que nada corrige,
fonte de “bons negócios”.

União de alto custo com inoperância,
a maximização do fracasso.

Justiça, base da civilização,
pervertida em parcialidade
e sentenças absurdas.

Pais dos recursos processuais,
com imoralidades
sendo legitimadas pela “legalidade”.

A punibilidade às avessas;
disse um poeta :
“os assassinos estão livres,
nós não estamos”.

A descrença na lei,
a doença que costuma debilitar
as instituições democráticas.

Descaso ambiental,
o extrativismo alucinado,

florestas são apenas
metros cúbicos de madeira,

Toda a riqueza mineral do solo
sendo “exportada”,
beneficiando a poucos e não o país.

Poderosas máquinas,
alta produtividade,
muitos dólares,
tudo por grandes negócios.

Tudo é vendável,
todos os recursos naturais
transformados em bugigangas.

O assistencialismo que deveria ser urgencial
transformado em perene meio de vida
dos que deveriam assistir,

enquanto é mantida
a miserabilidade dos assistidos.

A ética, pobre entidade impalpável,
direcionada conforme os interesses vigentes,

com os seus destratores
manipulando-a
quando defendem-se dos seus crimes.

É o anti-ético que defende-se pela ética,
é o criminoso que protege-se na justiça.

País da infância perdida,
das mães-crianças,
da sensualização prematura,

Da deseducação sexual,
somada à programação pró-sexo
dos meios de comunicação.

Fosse pesadelo seria terrível,
fosse realidade seria aberração.

Mas por que perder tempo com tudo isto?
Louvemos os governantes
criadores de pechinchas,

Os traiçoeiros vendedores
daqueles que os elegeram,

por uma quantia módica.
Chamemos algum “falso profeta”
para dar uma bênção.

Que chorem em silêncio
aqueles que emocionam-se
com flâmula verde-amarela.

Que Deus realmente
tenha olhos para o Brasil.

Que seja Ele o Deus
de amor do Cristo.

Que seja Ele
também o de Moisés,

fazendo justiça divina
onde existe tamanho descuido
pela justiça dos homens,

pois somente a crença no Divino pode
consolar tamanha falência humana.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 04/09/2009
Reeditado em 06/09/2009
Código do texto: T1791911
Classificação de conteúdo: seguro
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