A MADRE DE CALCUTÁ
Uma santa pequenina,
frágil qual ramo de trigo,
mas tendo o mundo no peito,
faz apelo à Medicina:
“Não prolonguem minha vida”.
Mais que a mãezona dos pobres,
mais do que a missionária,
mais do que a Nobel da Paz,
anjo, fez o bem demais:
ela cumpriu sua parte.
Santa mulher, agoniza
a Madre de Calcutá...
E o coração do universo,
numa corrente de preces,
não quer que a santa se vá.
Dos humildes protetora,
a mão que lhes deu carinho,
lenitivo dos enfermos,
consolo das criancinhas,
ei-la na fé temperada.
Entre velhos e meninos,
meio às pessoas carentes,
onde houvesse mendicância,
onde a fome se abancasse,
a santa lá ia dantes.
Onde leitos de doentes,
onde alguém com sofrimento,
aí também sempre estava,
prestativa e diligente,
a Madre de Calcutá.
Não mais à grande longeva,
à santa mulher-menina,
mas à cidadã do mundo,
quando chegar seu momento:
“Madre Teresa, até sempre!”
(Novembro de 1996)
Fort., 27/08/2009.