PAI

Pai,
minhas mãozinhas
entre as suas.

Gesto que me dizia
muito mais que palavras
e bem mais que canções.
Era a certeza que eu tinha
de viver com segurança
a doce fase da infância
que unia os corações.

Guardo a paz do seu sorriso,
o brilho do seu olhar,
o gesto firme, bondoso,
que o transformava em criança
para comigo brincar.

Mas o tempo foi passando
e eu, lentamente crescendo
fui aprendendo mil coisas...
amores, trabalho, distâncias...
E pelos caminhos da vida
fomos...
bem devagar nos perdendo.

Hoje contemplo seu rosto.
Está envelhecendo, cansado,
mas seu amor permanece
na certeza de sua prece
a cada filho gerado.

Sinto suas mãos invisíveis
ainda me conduzindo
por caminhos que escolhi.
São os seus sábios conselhos
- lições de vida, de amor -
que jamais eu esqueci.


Do livro da autora: UNIVERSO EM GOTAS - 2008 - p. 98
Ileides Muller
Enviado por Ileides Muller em 06/08/2009
Reeditado em 16/03/2010
Código do texto: T1740311
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