Mathews um filho que é uma benção!
Mathews um filho que é uma benção!
Acredito que a idade é uma critica pessoal que fazemos a nós mesmos, uma viagem ao passado para rever fatos, comportamentos e até mesmo procedimentos. Pois é, a idade nos dá esse privilegio de voltar ao passado sem poder corrigir as falhas, mais ao mesmo tempo nos serve de orientação básica, salutar e de censura para a vida presente... Os erros do passado se tornam a nossa autocrítica, se nos impondo pelo processo evolutivo as magnânimas lições de vidas vividas.
Quando eu tinha pouco mais de vinte anos, lá pelos idos anos 70, já casado e com filhos despontei para a primazia da vida profissional e impulsionado pela melhoria financeira, releguei a segundo plano o que o homem tem de mais importante, a sua família, seus primeiros protetores, aqueles que primeiro nos amou depois de Deus, nossos Paes aqueles a quem devemos a própria vida. Lembro-me que passava muitos dias sem sequer ir à casa de meu pai, que reclamava sempre a minha presença, a idade avançada, a pouca condição financeira e as doenças degenerativas, afinal, é exatamente nessa fase da vida que precisamos mais dos filhos é quando eles desaparecem.
Mais é que a minha fome de viver era grande, eu queria trabalhar muito até mesmo além das minhas condições físicas normais e também, usufruir de tudo o que pudesse no menor espaço de tempo possível, as viagens, as farras, as mulheres... Um frenesi quase que alucinante que envolveu a minha juventude...
Hoje, após os cinqüenta e beirando os sessenta, sinto na pele o que o meu pai sentiu quando eu era jovem, eu não o valorizei e nem tentei entender o porque ele precisava tanto da minha presença, chegando quase à suplica por mim não correspondida porque hoje eu sinto o mesmo pelos filhos que não me procuram e nem lembram de mim nas datas mais significativas ou seja: Natal, dia dos Pais, Ano Novo e dia do meu aniversário. Nas noites insones e quando rememoramos a vida, uma dor atroz me faz voltar ao passado e sinto muito por não ter dado ao meu pai todo o valor que ele merecia e atenção esmerada. Que pena, ele já se foi, espero haver me perdoado e não haver levado magoas de um filho ingrato que fui. Mais Deus como bom Pai, sempre me abençoou e nesse ano me deu um presente primoroso, meu filho Mathews, de quem me orgulho muito, um jovem bonito por dentro e por fora, uma rara inteligência, cientista na área de genética, reconhecido até fora do Brasil, e que hoje faz Doutorado na USP, veio passar o Natal em nossa terra, me visitou por varias vezes e inclusive me deu o prazer de um dia almoçar comigo como nos velhos tempos. Para mim foi o melhor presente de 2008, me deixou deveras feliz e orgulhoso ao ponto de só, na noite me derramar em lágrimas de grande felicidade e por isso eu quero agradecer e dizer a muitos pais que passam pelo que eu, que não desesperem, nunca se sintam rejeitados por pior que seja a indiferença, porque nem sempre será noite ou dia mais a vida é eterna porque continua em nossa descendência e para você Mathews, que Deus te abençoe, meu filho