GRATIDÃO

Quatro dias antes do teu 214º aniversário, eu estava em teu regaço,

pois me deste guarida há três anos,

e deu-me em homenagear-te de algum modo.

Pensei que um poema seria algo marcante.

Pois é, um poema.

Papel, esferográfica, escrivaninha.

Vasculhei os recantos da cabeça

à cata da expressão boa, do dizer simples e interessante,

da bela construção.

Nada.

Minha imperícia fez frente à vontade de te enaltecer, que varei a noite.

Foi duro o assédio às palavras,

às formas.

Difícil pugna.

O que gostaria, não alcancei assentar;

não decantei tudo que és;

amanheci com olhos de fogo

de tanto lutar.

Valeu a pena?

Sim. Não porque tudo valha, se a alma

é grande, como diz o Pessoa.

Valeu a pena...

Enxerguei, Lorena,

que és muito mais

do que eu

pensava.

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Já estou prestes de completar dez anos nesta hospitaleira cidade

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 30/06/2009
Código do texto: T1675905
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