GRATIDÃO
Quatro dias antes do teu 214º aniversário, eu estava em teu regaço,
pois me deste guarida há três anos,
e deu-me em homenagear-te de algum modo.
Pensei que um poema seria algo marcante.
Pois é, um poema.
Papel, esferográfica, escrivaninha.
Vasculhei os recantos da cabeça
à cata da expressão boa, do dizer simples e interessante,
da bela construção.
Nada.
Minha imperícia fez frente à vontade de te enaltecer, que varei a noite.
Foi duro o assédio às palavras,
às formas.
Difícil pugna.
O que gostaria, não alcancei assentar;
não decantei tudo que és;
amanheci com olhos de fogo
de tanto lutar.
Valeu a pena?
Sim. Não porque tudo valha, se a alma
é grande, como diz o Pessoa.
Valeu a pena...
Enxerguei, Lorena,
que és muito mais
do que eu
pensava.
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Já estou prestes de completar dez anos nesta hospitaleira cidade