Aos professores
O sinal toca desesperado, encerrando mais um dia. O aluno, um aprendiz, olha fixo para você, que com um gesto mostra por onde sair. Mas você, mestre, professor, fica, preocupado com as ausências, pensando no que aprendeu com as perguntas sem resposta.
Por isso, o que importa se o quadro negro é verde, amarelo ou vermelho. O importante é compreender se ele desempenhou seu papel, pois ali números, letras e fórmulas se transformam em música, que diferente do já esperado sinal, deve gerar desafios para ouvidos (nem sempre atentos), mas que ficam maravilhados com uma nova informação.
O artista, você, não deve esperar aplausos, o que geraria uma certa confusão. Paciência, você não é unânime, nem deve ser. Mas continua fazendo o seu melhor, criando sempre, para ser diferente e fazer de cada aula um espetáculo de criatividade.
Hoje tomamos a liberdade de te chamar de você, seja qual for a sua idade ou a disciplina que você leciona. Não por falta de respeito, nem de boa educação. Apenas você, que é atual, presente...ou melhor...futuro do indicativo, que mostra todos os caminhos a quem quiser aprender.
― Ei professor, fique tranqüilo, você nunca sairá de moda, pois terá sempre o que crescer, reciclar, entender, para depois multiplicar conhecimentos, o que você sabe fazer de melhor.
E quando os ventos da solidão, por um instante, lhe questionarem o porquê de tanto esforço, de noites maldormidas ou de notas baixas da turma, lembre-se que a resposta virá de onde menos se espera:
― “Presente” professor, agora adultos, nós entendemos o que você sempre quis nos dizer, que o sucesso não vem por acaso, não se acha na esquina. Ele tem de tudo um pouco, e esse pouco é muito quando lembramos de você.
Parabéns pelo seu dia. E obrigado por todos os outros.