O MAQUINISTA (música - poema sinfônico)

Em Julho de 2000, nasceu a obra “O Maquinista” – poema sinfônico.

No início das primeiras notas musicais, em relação à inspiração sobre esse poema sinfônico... Achei que fosse simplesmente uma peça para um pequeno grupo. Quando ouvi pela primeira vez o que realmente tinha escrito para uma Banda – veio-me então uma outra idéia! Teria que ser para um grupo bem mais complexo, ou seja, para uma formação diferentemente do convencional.

Tomei consciência que seria visto como um ‘revolucionário’, por mudar a formação clássica, por tentar unir uma Banda e uma Orquestra Sinfônica num só grupo; não uma jazz sinfônica, e sim, uma formação pela qual, a própria música estava exigindo... ‘Um som sinfônico’. Uma Banda Sinfônica é formada com dobras em vários naipes, isso significa que tem mais volume, mais intensidade que uma Orquestra. A formação ficou da seguinte forma: Uma Banda completa, um grupo de cordas, coro (coral) e percussão. O objetivo dessa obra é uma viagem de trem numa Maria Fumaça (viagem cheia de aventuras e dificuldades), uma odisseia no sentido da palavra.

Tenho consciência da dificuldade técnica de cada instrumento; um músico ‘razoável’ não terá capacidade para executar (interpretar) essa obra. Pelo conhecimento que tenho sobre composição, seria viável colocar dois regentes (maestros); isso pelo fato de existir muita polirritmia, nota contra nota (contraponto), frases sincopadas o tempo todo. Um condutor somente, terá que ser audacioso para executar a mesma. Já ouvi alguns comentários dizendo que escrevi um "quebra-cabeça" musical! Quem me dera ter esse poder suntuoso. ‘É evidente a dificuldade’ – mas, isso é apenas para quem não tem concepção (entendimento) no estilo jazzístico, ou de seu ‘real equilíbrio’. Um compositor que ultrapassa seus próprios limites, também ultrapassa os demais – “é assim que a tradição se estabelece”.

Disse Stravinsky – “... O estudo do processo criativo é algo extremamente delicado. Na verdade, é impossível observar de fora os movimentos internos desse processo. É uma tentativa vã, assim como seguir suas sucessivas fases na obra de outra pessoa. É igualmente difícil observar o que você mesmo faz.

(...) Não tenho uso para uma liberdade teórica – devo, de minha parte, impor minhas próprias regras. Tudo o que diminui a restrição, diminui a força. Quanto mais restrições nos impusermos, mais libertamos nossa personalidade dos grilhões que aprisionam o espírito. (...) Obviamente, a instrução e a educação do público, não acompanharam o ritmo de evolução da técnica. O uso da dissonância, em ouvidos mal preparados para aceitá-la, não deixou de perturbar essa reação, causando um estado de debilidade em que o dissonante já não se distingue do consonante.” (Igor Stravinsky)

A obra é dedicada ao meu mestre Nikolaus Schevtshenko.

"O Maquinista" é classificado como um poema sinfônico.

O número de componentes no coro (coral) terá no mínimo 120 vozes; isso por causa do elevado número de instrumentos.

Duração: 25 minutos.

Término da parte I – Fevereiro de 2002.

Término da parte II – Maio de 2008.

Boa viagem!

O MAQUINISTA

Paulo Costa e Madalena Romagnolo

Ao professor Nikolaus Schevtshenko

Roteiro de viagem

Compasso – 1 ao 149 – (Abertura - trecho inspirado em Igor Stravinsky)

Compasso – 150 – Tema

Compasso – 196 – Breques (freios)

Compasso – 204 – Trens em movimento contrário (território espanhol)

Compasso – 264 – Canto dos Índios (território indígena)

Compasso – 282 – Cavalaria

Compasso – 296 – Soldados (toque do Clarim)

Compasso – 312 – Guerra (Índios x Soldados ianques)

Compasso – 398 – Geleira (território canadense - trecho inspirado em Maurice Ravel)

Compasso – 490 – Brasil (Rio de Janeiro - nós mesmos)

Compasso – 572 – Elefantes (território africano)

Compasso – 715 – Passando numa grande cidade (New York)

Compasso – 729 – Colisão (chocando-se com um caminhão - trecho inspirado em Igor Stravinsky e Claude Debussy)

Compasso – 758 – Trem desgovernado e sem freio

Compasso – 797 – No centro da cidade (corre-corre)

Compasso – 817 – Deserto (com ventania - tempestade - trecho inspirado em Igor Stravinsky)

Compasso – 897 – Subindo a ponte em direção ao Japão

Compasso – 912 – Terremoto (trem sobre a ponte)

Compasso – 964 – Chegando no Japão

Compasso – 1053 – Subindo outra ponte (saindo do Japão)

Compasso – 1091 – Terremoto (trem sobre a ponte)

Compasso – 1143 – Tema

Compasso – 1173 – Agente 007 (trem no desfiladeiro, em direção ao Inferno - trecho inspirado em Dante Alighieri)

Compasso – 1328 – Entrando no Inferno

Compasso – 1557 – Entrando no Purgatório

Compasso – 1645 – Parque de diversões.

Compasso – 1688 – Fim!

Observação - no Brasil, (comp. 490) incluir uma mini bateria de escola de samba.

– No deserto, (comp. 817) reproduzir a “ventania” com teclado eletrônico.

Pacco
Enviado por Pacco em 23/05/2009
Reeditado em 07/09/2010
Código do texto: T1610342
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