Ao Aedo

Na fala do ensejo

Na ânsia das letras

Por maior anelo

Não pode enunciar.

Dizer a emoção

Àquele que sabe

Podia vogar.

E prende a voz

Tornando-se algoz

Em estertor atroz

De dizer

Incoerente.

E colhe o terror

De águia melindra

Que sem arribar

Não fende mais asas

Não lumina lugar.

Mas fala o ditame

Em clamor de alentar

Aedo tu és.

Te ergue

Aguerrida

Busca com afã

Não estás

Sozinha

Compõe

A poesia

Conquista

Tua lume.

E sente a dor

Que brota lungente

Do ato provir

No átrio afanoso

Do desabrochar

Constante

Da rima.

E nasce loquaz

A poesia

O amor

Vibrante

Negaça

Estonteante

Esplendor.

Ao aedo, que durante meses lutou "à exaustão", para tirar do sono a poetisa adormecida, despertando-a para um novo mundo, o mundo maravilhoso das letras, do encanto da poesia. Obrigada José Kappel, é uma honra ser tua aprendiz.

Maria
Enviado por Maria em 17/05/2006
Reeditado em 06/09/2009
Código do texto: T157601