Ao meu Avô Carlos Giovannini
Os versos não conseguirão expressar
As saudades que sinto do meu avô.
Mas verto o meu profundo pesar,
Da pálida lembrança que me restou.
Lembranças daquelas manhãs...
Nós dois a beira-mar pescando.
Hoje sem ele, estou sozinho a vagar,
Na praia cinzenta do desencanto.
Ele vinha com o espelho sempre em minha porta,
Para eu fazer sua grisalha barba.
Agora ao olhar-me no espelho,
Só restaram sombras e fumaça.
Sombras que anuviaram aquela face velha,
Fumaça é a vida que breve passa.
Mas ele partiu para sua morada eterna,
Para um reino de luz e de graça.
Mas seu legado ainda vive.
E seu exemplo heróico não será esquecido.
Ah! O som da gaita ainda ouço,
Quando as lágrimas sufocam os gemidos.
Fanal foi sua vida para seus entes queridos.
Uma estrela em noite escura.
O senhor, Vovô, foi Astro silente,
Brilhando até na sepultura.
Sua morte não foi o fim de sua vida,
Mas o prólogo de uma existência feliz.
Deus simplesmente colheu mais uma rosa,
Para enfeitar o seu jardim.
A nós ele não voltará mais,
Nós sim, iremos ao jardim encontrar-se com ele.
Queira Deus que não demore esse encontro...
Então não haverá mais saudades dele.
Ele nos deixou saudades.