AO POETA MANUEL PARADA - COM ACRÓSTICO
Para ti, Manel:
Não foi com surpresa, infelizmente, que tomei conhecimento de que estavas de partida. Já há tempos aguardavas na estação o comboio que te levaria a outras paragens. A esse local donde, por tão generoso, não se volta. A esse destino que, pelo óbvio, terá de ser tão paradisíaco para ti, na proporção que foste o cavalheiro delicado, paciente, nobre e amigo de todos aqueles que tiveram o privilégio de contigo se relacionar. Tu não morreste Manel; apenas te antecipaste uns segundos.
Se outros complementos não existissem, mas há-os às carradas, deixaste os teus filhos, os teus netos, os teus incomensuráveis amigos. Deixaste a tua poesia!
Alguém disse um dia que os poetas não morrem. Eu dir-te-ei doutra maneira: Tu passas agora a viver em plenitude.
Não vou relembrar o teu invejável passado social, profissional, moral ou cultural, porque ele é conhecido sobremaneira. Recordarei, porém, o orgulho que todos os barquenses devem possuir, desprovido de quaisquer vaidades mesquinhas, por te terem, e não te terem tido, como seu conterrâneo. Foste um estandarte de Ponte da Barca, foste indubitavelmente um grandioso barquense.
Que os órgãos competentes te façam justiça.
Até breve.
Majestosa poesia nos deixaste,
Arte que bebias com deleite,
Namoro que toda a vida abraçaste
Unindo os teus fãs em tal conceito.
Elevaste a nossa terra, caminhaste,
Legando-nos “Pegadas”: Um preceito.
Partiste! Ficou a grande saudade,
Acetinado poeta. Sonhador!
Rareza de pai, modelo de bondade,
Autor da “Marcha”, “Berço”, “Zé Cantador”.
Descansa Poeta! Soubeste amar
As musas, seus eflúvios, te vão brindar.