SONETO DA AUSÊNCIA MATERNA
Eu trago na memória a poesia
Na qual me comovia o baixo astral
Do pobre autor, que nela descrevia
muita dor pela ausência maternal.
Era feroz a dor que ele sentia!...
Causava-lhe esta ausência tanto mal
Que sua vida se tornou sombria,
Sua aparência, débil e espectral.
E, jovem, eu me punha a perguntar:
Como podia o vate suportar
O peso -a cruz que sobre os ombros tinha?
Agora, a mesma coisa, a mim, pergunto
Pois, àquele poeta, eu sigo junto.
A dor da poesia é, hoje, minha.
Com amor
Em lembrança a minha mãe
Adelia Camargo Martins
01/09/1927 - 01/04/2006
Três Anos de dolorosa ausência
Ofereço também esta poesia ao colega Gonçalves Reis,
em sua recente dor.