Um Grande Exemplo
Quando assistimos hoje a atitudes questionáveis de jogadores consagrados, ricos, famosos, a todo o momento fazendo de tudo para empobrecer suas imagens perante o grande público amante do futebol, nós não podemos, nunca, esquecer de grandes ídolos do passado, e para isso citarei um que antes de ser um jogador era um homem correto, humilde, cumpridor de seus deveres, e onde passou deixou um nome limpo e sempre foi muito querido, e que quando atingiu o estrelato tornou-se ainda mais humilde e amigo de todos.
Ele era o primeiro a chegar aos treinamentos. Era um exemplo de dedicação à sua profissão.
Estou me referindo a Dejalma dos Santos, como foi batizado e registrado, o grande Djalma Santos, que era simplesmente Santos, no começo de sua carreira na A. Portuguesa de Desportos.
O seu primeiro jogo, como titular da lusa, aconteceu contra o Comercial F. C., de São Paulo. A Portuguesa formou com Caxambú, Lorico e Nino; Luizinho, Santos e Bonifácio; Renato, Pinga II, Nininho, Pinga I e Simão. O Comercial jogou com Benoti, Carvalho e Sarvas; Vaiano, Shangai e Artur; Nilo, Leandro, Romeuzinho, Chuna e Moreira. Resultado final: Portuguesa 5 x 3 Comercial, Setembro de 1948, campeonato paulista.
Sempre jogando na Portuguesa vamos encontrar o nosso Santos, em 1952, formando no melhor time da história da Lusa: Muca, Nena e Noronha; Santos, Brandãozinho e Ceci; Julinho, Renato, Nininho, Pinga I e Simão. Era uma verdadeira Seleção Brasileira, e que foi base para a Seleção Paulista de 1952, que quebrou a supremacia dos cariocas.
A Seleção Paulista formava, nessa época, com: Gilmar, Hélvio e Noronha; Santos, Brandãozinho e Bauer; Julinho, Antoninho, Baltazar, Pinga e Rodrigues.
Djalma Santos sempre brilhando, jogou uns 10 anos na Portuguesa de Desportos. Um dia foi para o Palmeiras onde também foi um grande craque. Além de toda a sua categoria era a lealdade em pessoa.
Em 25 de novembro de 1959 ele estreou no Palmeiras num jogo contra o Corinthians. O Palmeiras de Osvaldo Brandão jogou com Valdir, Djalma Santos e Waldemar Carabina; Zequinha, Aldemar e Geraldo Scoto; Julinho, Romeiro, Américo, Chinesinho e Géo. Resultado Palmeiras 3 x 0 Corinthians. O Alvinegro formou com Gilmar, Ari Clemente e Oreco; Valmir, Benedito e Roberto; Miranda, Felício, Rafael, Joaquinzinho e Zague, treinado por Sílvio Pirillo.
Djalma Santos formou na defesa da Seleção Brasileira de 1954 que muitos acreditam ter sido a melhor retaguarda de todos os tempos, até aquela Copa na Suíça: Castilho, Djalma Santos e Pinheiro; Bauer, Brandãozinho e Nilton Santos; Julinho, Didi, Baltazar, Pinga I e Rodrigues. O treinador era o senhor Zezé Moreira.
Foi uma pena. Pegamos uma Hungria pela frente que era favorita disparada para ganhar a Copa. Contra o Brasil jogaram tudo (4 x 2). Depois perderam de forma medíocre para a Alemanha.
Mas o nosso Djalma Santos foi campeão mundial m 1958, na Suécia, e bicampeão mundial em 1962, no Chile.
Ainda jogou no final de sua carreira no C. A. Paranaense, sempre com grande brilho. Encerrou sua carreira como profissional numa partida em 1971, no Parque Antártica entre o Palmeiras e o Atlético Paranaense que terminou em 2 x 2. Em seguida começou uma carreira de técnico no próprio Atlético.
Só fez amigos onde jogou. Quanto maior ele se tornava, mais simples ele ficava. Foi das poucas personalidades, do esporte ou de outros setores da vida, que entendeu o recado daquele irmão que foi muito conhecido aqui por usar as sandálias da humildade.
Hoje o Djalma Santos, com 80 anos, está esbanjando saúde e ainda não fica muito longe da bola. Mais uns 80 anos, Grande Djalma Santos.