À MINHA MÃE (in memoriam)
Hoje, mais do que nunca,
sinto a tua falta.
Época houve
em que neste dia
tudo era alegria!
Ninguém sentia a tua falta
e ninguém notava a tua presença
só porque estavas presente...
E só porque estavas presente
não nos fazias falta!
Mas hoje, mais do que nunca,
sinto a solidão da tua ausência,
sinto a falta da tua presença
embora silenciosa...
Sinto, hoje, a necessidade extrema
de recostar a cabeça
no teu regaço
e chorar...
Chorar a infância perdida,
chorar a vida perdida,
chorar tudo o que passou
e eu não soube
aproveitar...
E eu não soube
identificar...
E eu não soube
reconhecer...
Hoje, mais do que nunca,
sinto a tua falta.
A alegria de outrora,
neste dia,
é só saudade agora
que judia...
"Parabéns a você"
neste dia,
gostaria de dizer.
Mas, poderás me ouvir?
- Estás onde?
- Longe de mim?
- Perto de mim?
Oh, Deus!
Que saudade!
A vida é cheia de maldade!
- Por que te foste tão cedo?
Mãe nunca deve partir!
Nunca deve morrer!
Mãe deve ser imortal
porque todos os filhos,
embora crescidos,
são sempre indefesos!
São sempre crianças
se podem contar,
pelo caminho,
com o materno carinho!
Tão cedo partiste
e, criança perdida, fiquei.
Deve estar no Céu,
porque lá é que estão os santos.
E tu és Santa
porque és a minha mãe!
Numa ânsia terrível de te agradar
quero, agora, fazer tudo o que querias.
- Podes ver meu esforço?
- Podes me ajudar com tua força?
Sei que, realmente, não morreste!
Os mistérios do mundo são tantos...
Mas tenho certeza de que és imortal
e, na tua imortalidade, te peço:
- olha por nós,
- vela por nós,
porque somos teus filhos!
Somos sete pedaços de ti
perdidos no mundo
sem a tua presença que,
embora silenciosa,
era um ruidoso elo
que unia nós todos
em volta de uma mesa
ao menos nste dia.
E tudo era alegria!
Mas não notávamos a tua presença
só porque estavas presente.
E só porque estavas presente
não nos fazias falta.
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