Retrato
Amiga dos meus olhos,
és tristeza;
ecoa dentro do meu olhar,
tão abatido feito a caça.
Feito o sol desta manhã
que brilha;
solitária trilha;
falsas promessas,
desenhar teu nome
pela minha veia.
Puxa os teus próprios cabelos
maltrapilha e feia;
e o demônio solto pelo quarto;
eu ainda ando
em teus quadrís.
Mas, tua mente é insâna;
às trêis e vinte quatro da manhã,
me deseja na cama;
e toca pro meu celular;
o corpo cai,
sorrateiro e traidor,
faz do teu o meu lugar.
Transforma a mágoa
no sentimento nobre, do final;
não tatuei na pele teu nome
não ficaste em mim.
Misturou com a fome,
o sentimento morto;
feito palha, as nossas fotos,
queimaram-se.
No meio do silêncio,
o espírito doentio sofre,
morto e sem perdão.
Não podia ser só;
desde o início!
Esmorece pelas ruas,
prostituta cristã,
vadia, suor, cama-sutra.
Ouço tua vóz cantar,
no primeiro dia da semana;
feito um felino,
na sétima vida,
perde a que te dei.
Lânguida e sem pudor,
com seu rosto sem graça,
levou contigo a cama
apagou a chama;
vestes de puta,
no olhar partido, pena,
ingratidão e dor;
com o suor
arrancado da pele.
fingia que fazia amor.
Edmilson Cunha
01.03.09