Lia, a Lua
Começamos com um pé esquerdo
que no mesmo dia virou direito.
Dos olhares aflitos e medrosos
transformamos em sorrisos
de uma noite turbulenta
transformamos em um tango noturno!
e da lua cheia no parque
um guardinha de coturno.
aquela caipirinha tinha gosto de tudo
sua mãe e irmã riam por nada
seu pai chegara soturno
enquanto eu delirava no sono profundo.
então foi a hora de ir.
e respondi a minha pergunta inquieta
que na cama da noite anterior me afeta
-"porque estou aqui?".
-"porque estivera lá?" - respondi:
porque lá tinha que conhecer
a Menina da Lua
a Mãe, a Irmã e o Pai.
então agradeci enquanto tocava o piano
no silêncio da rodoviária no fim do ano
a música reanimava no ambiente como panos quentes
e mais vida brotava nos corpos indolentes
seja como for, foi o que tinha que ser.
o presente é um presente. faça valer.
e então fará loucuras que não irá se arrepender.
Flávio Donasci