A HORA MÁGICA
(para 0 amigo e poeta José Walter BRios.)
Há de chegar a hora,
A hora mágica!,
Sem artifício
Ou tática,
Em que nossos lábios
Sorrirão um para outro,
A princípio ternos,
Depois trêmulos,
Em seguida largos
Para a boca poder gargalhar!
E não haverá braços tantos
Para nos abraçar um ao outro!
O tempo será eterno e será pouco
Para acalmar a saudade que foi tanta
Sem nunca termos partido.
E nossas mãos falarão entre si
Pelas pontas dos dedos
Tantas tagarelices suaves,
Arfando como os botões de rosas
Que se abrem à luz de um dia magnífico.
Os corações, já não tão jovens,
Na transfusão de sangue-afeto
Serão crianças barulhentas,
Num esbaldar de emoções !
Os olhos, como cristais de quartzo,
Irradiarão fachos de Energia,
Fechando nossos corpos
Em fluidez e sintonia.
Nos reconheceremos como já fomos
E somos:
Almas amigas
Que sabem conversar
Porque se ouvem...
Porque quiseram pintar em aquarela
Uma paisagem
De incomum amizade.
Há de chegar a hora!
A hora da chegança!
A hora de se estar
Lado a lado.
O momento aguardado
De te chamar AMIGO,
Olhos nos olhos,
Um desfazer
De doces lágrimas,
Um brinde de alegria.
Há de chegar a Hora Mágica
Para nossa paisagem amiga tão antiga!
SP. 20/07/2005