MILAGRE EXISTE < **** >
Hoje dia 18 de fevereiro de 1970, Maria acorda bem cedinho como sempre.
Mas há algo deferente, ela acorda cançada, com um peso enorme na barriga de nove meses de gestação.
Com as mãos na cintura uma ligeira dor nas costas, intuitivamante, ou por
ser mãe pela nona vez já sabe que está chegando a hora...
Como todos os outros partos que já teve, já sabia que seria também em
sua casa, e normal, sem anétesia, sem soro, sem nada, naturalmente natural.
Maria começa a trabalhar no dia a dia.
Não quer abalar o marido e os filhos.
Mas cada minuto, cada hora a "dorzinha " passa das costas para a bariga, uma
dorzinha bem fininha e ejoativa.
As vezes Maria sente como se desse um nó, uma mão forte apetando tudo por dentro.
Maria sente que precisa respirar fundo, e soltar bem devagar....
Antes que rompe a bolsa, precisa chamar a parteira.
A parteria é uma tia da familia.
Uma senhora bem carrancuda, séria, brava. Mas uma ótima parteira, muitas e muitas
crianças nasciam nas mãos dela, inclusive os oitos filhos de Maria.
Já chegou dando órdens.
_ Água quente, bacia, toalhas.... Peguém a galinha mais velha e mais gorda para
fazer uma canja com bastante farinha de milho.
_ Tirem as crianças do quarto.
Maria se contorce, chora, espreme, geme, força! Força!.. Mais um pouco!
Agora!!!! Fooooorça!!!!!..... Não se sabe se o grito é de Maria ou da criança que acabara de nascer...
É um menino! Sim! um lindo e forte menino.
É quinto filho homem de Pedro e Maria.
Um bebê lindo, cada dia que passava fiacava mais lindo.
Mas aos seus dois aninhos de repente ficou doente, nãoteve explicação.
Não queria se alimentar, chorava muito, dava Vômitos, diarréia, febres altíssimas... A mãe não sabia o que fazer para curar o filho.
Com toda a dificuldade da vida no campo, nove filhos, sem nenhum conforto.
Passando dias e noites em claro ao lado do menino que não melhorava.
Maria em desespero pega a criança, e vai até a cidade mais próxima, a procura
de médico, pois onde morava não tinha, médico, nem sequer uma farmácia.
Andava a pé estrada a fora, andando e chorando.
andava em uma estrada de terra sem nenhuma casa por perto, onde o sol estava á uns
trinta e oito graus, quase não havia sombra.
E quando dava, parava para molhar a boquinha da criança que estava ressecada, mas beber,
ele, não bebia nada.
Maria andava, andava, e virava para trás na esperança de ver um carro que desse
uma carona para ela, pois estava sem dinheiro algum, para pagar um carro.
E olhando para trás, viu que seu pai e sua mãe já idosos iam seguindo-a, eles andavam devagar.
O pai magrinho, adoentado, a mãe muito gorda não conseguiam alcançar a filha.
Maria não podia espera-los, tinha que ir o mais rápido possível, salvar o filho.
Quase duas horas depois chegou na cidade. foi direto a uma farmácia, onde tinha um farmaceutico idoso mas
muito copetente, que olhava todos que estavam doente, e frequentemente medicava-os com louvor.
Ele examinou o menino, e disse: _ Maria, corre com seu filho para um hóspital, ele está muito
mal, não posso medica-lo.
Sem um centavo, Maria em pé na porta da farmácia, olha pro tempo e pensa:
_ Meu Deus.... O que fazer agora sem dinheiro, e sozinha....
Deus que tudo vê, um homem que estava na porta da farmácia também viu que a mulher
chorava com seu filhinho nos braços, disse:
_ Estou de combi! Se a senhora quiser posso leva-los.
Maria em meio as lágrimas respirou um "graças a Deus" e aceitou.
O homem disse a outro homem que estava perto:
_ Avise para as professoras que hoje não haverá aula, elas podem ficar em casa, pois vou socorrer
uma criança.
Nisso, saiu com o carro ,rumo ao hospital.
Lá na saida da cidade, Maria olhou para a estrada que tanto andou, e viu que seus pais estavam
chegando na cidadezinha.
Mas não deu para dizer nada á eles, não podia mais perder tempo...
Chegando lá no hospital Mair adesceu do carro e disse:
_ Moço! Vai até minha casa e acerta com o meu merido, não tenho dinheiro agora.
O homem respondeu:
_ Não fiz isso por dinheiro, esse menino ficando bom, estarei pago.
Maria enta no hospital, é a maior correria com o menino.
Os médicos examinam-o e colocam ele no soro.
O menino está quase morrendo...
Maria chora deseperadamente, umas das enfermeiras ,umas das desalmadas, pois
existem as "caridosas e as insensivéis".
Então uma das "insensivéis" olhou Maria e disse:
_ Por que chora? Deixou seu filho morrer para depois traze-lo ao hospital.
Essas palavras foram as mais doloridas que Maria já ouviu...
Chorando amargamente foi para os fundos do hospital, onde havia um pequeno
pé de laranjas, mas que tinha uma sombra, era bem nos fundos mesmo, no mato.
Maria ajoelhou, e elevou os olhos para os céus, um céu tão azul, que parecia, querer
acalenta-la... Chorando e tremula disse em oração:
"_Meus Deus! Não leve meu filho! Não me permite tamanha dor.
Me dizem que já está morto, mas com o seu poder, traga-o de volta...
Disse com muito vontade, com toda sua força, não física, essa já não a tinha, mas
com força de mãe que tudo suporta, menos perder um filho.
E nesse exato momento as enfermeiras a chamam:
_ Maria! Vem seu filho está chorando...................................................................................................
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Foram dias e dias, meses e meses. Para que a crianças se recuperasse, e voltasse a ser o menino lindo e alegre que sempre foi.