Flor em branco

Queria que fosse uma ave.

Que pudesse planar sobre toda a relva.

Onde lágrimas seriam orvalho de lírios.

E seu suspiro a brisa quente do alvorecer.

Queria que fosse um violino.

Formosura e precisão ímpares, invejadas e divinas.

Que todo panteão Olímpico viesse ao seu encontro.

Para contemplar a beleza, a suavidade e o encanto só seu aos dedos do maior poeta.

Queria que fosse uma cachoeira.

E que todos vissem o movimento e a vida que lhe correm pelo semblante e cabelos.

Que os fios dessa água d’ouro fulgurem junto às suas esmeraldas.

E que todo que tiver sede e temor, rejuvenesça sua alma sob o encanto de sua face e sorriso, em águas, esmeraldas e marfim.

Queria que fosse um diário.

Um registro.

Uma página.

Uma história.

E nisso tudo me perdi e não vi a maior das façanhas.

É caneta:

“Escreve a tua história...”