Baiana de itapuã
Deus me dá coragem..
Já não sei se posso
Ou se devo
Na verdade nem sei se quero
Sair da minha cidade!
O mundo me espera, eu sei..
Mas como posso, como devo
Se minhas tardes em Itapuã
Entre botecos e bares
Amanhecendo com a manhã
Do meu coração fazem parte!
Deus!Me dê um sinal!
Pois, quando passo em outras praças
Não vejo a mesma gente
Não como o mesmo acarajé
E tudo têm o mesmo gosto
Um tempero sem graça!
Se ficar é meu destino
Cumprirei o meu mandato
Me banharei no mar em lua cheia
Morena será a minha pele no feriado.
Será que eu mereço meu Deus?!
Tanta mordomia?
Minhas sextas serão Domingos
Minhas manhãs dia de feira
Minha casa será no largo
E minha cama uma esteira!
Não posso reclamar!
Se a tristesa me visitar
Corro para a rua da poesia
Acompanhada ou só
Lá no banco, debaixo da amendoeira
Eu ei de chorar..
E se minha dor for muito grande
Afogarei ela no mar
E que as ondas a levem
Para quem eu queira
Ou quem eu deseje voltar
Ha! meu Deus!
Eu só tenho a agradecer
Essa lua..Esse sol!
Essa gente simples e acolhedora
Que carrega no peito uma dor
Um sofrimento
Mas, na voz uma canção doce
E a fé como protetora
Obrigada meu Deus!
Pôr minha tristeza ser alegre
Por me escolher pra esse destino
Ser uma baiana arretada!
Nessa terra de índio!