UMA LINDA MULHER
Quando lhe vi pela primeira vez, estavas arrasando
Com tua beleza, com tua leveza,
Cheia de brilho no olhar e cheia de vida;
Todos os meus sonhos renasceram por teu sorriso
E meu coração intrigado pelo teu ir-e-vir
Aos belos jardins da pousada
Ou às constantes aparições que fazias
Ao meu lado, dando certeza que estavas feliz.
Senti meu corpo, como um todo, tremendo,
E, pouco-a-pouco, meu coração
E meus vãos pensamentos, então,
Transbordaram de mim e eu sentindo-me pequeno;
Vi-me lá no horizonte, distante e, em prantos;
Percebi que tua alma, tão ardente
E, só ela, poderia de retorno trazer-me,
Pois eu estava só e quase agonizando.
Quis, ó inigualável mulher, arrancar-te de mim
E para distante, então, jogar-te,
Mas não tive forças para esquecer-te,
Pois a beleza de tuas curvas arrastaram-me para ti
E eu, já teu escravo e com forças poucas,
Só pude fazer da vida uma arte
E sentir o carinho de tua alma ardente
Conduzindo-me, inegavelmente, para ser feliz.
És as maravilhas mais nobres e belas unidas;
És a mais magnífica das auroras;
És a mais vibrante, alegre e sonora
das alegrias que um homem pode sonhar na vida.
Co o divino alvorear de teus olhos me cativas,
Pois tua magnitude é, imensuravelmente, feliz,
Majestosa e esplendorosa, de alegrias sem fim,
Visto que resplandeces, qual Gioconda de nuances divinas.
Quando sorris parece que tudo é vida, ri e chora;
Meu coração, de amores cheio, palpita
Numa explosão de alegria que agita
O mais guerreiro dos homens nascidos na terra.
Quando surges com teu andar de onde , de maré bravia,
Estremecem e temem os bravos,
Os senhores tornam-se escravos
E, até o mais valente, chora, na noite escura e fria.
Tu és um mito impossível, um sonho belo e terrível,
Que nos meus sonhos eu amo ter,
Mas, sonho-a-sonho, vou recordando com tristeza,
Que tu eletrizas e cauterizas o coração e quase inibes
O mais profundo dos amores.
No sonho, apenas de longe, presto louvores,
Pois não supero o medo que teu olhar imprime,
Nem caminhar em frente se não lhe posso ver.
Venham, ó sonhos, perdidamente apaixonados, ver
Aquela que atravessa os céus,
Que cobre os medos com véus...
Venham, em dias de luar à sombra dos bosques, ter
Com essa audaz, divina, linda e bela menina
E erguei as vozes aos ventos;
Não façais da vida um vil tormento,
Visto que ela, que sua voz, por si só, nos fascina.
Na natureza, tudo para, tudo se oculta e emudece
Quando, envolta em espuma,
Surge no espaço como a bruma;
Ó divina amante, na noite quando a tarde desce
Surgem as estrelas para saudar-te, em linda serenata.
Todos, eu e meus sonhos, em lágrimas colossais
Choramos, tristes, por sermos simples mortais,
Sem percebermos o supremo amor que nos enlaça.
Quando passas, emudece a alegre natureza;
Seus campos, seus lindos horizontes,
Todos calam, Linda Mulher, até os montes,
Que antes, mórbidos, imperavam quase com avareza
E, hoje, tristes, sem luar e de sombras vacilantes,
Mostram que só tu deusa, sim,
Só tu tens importância, e , tremem enfim,
Como tremem as grimpas dos céus quando ressurges...
Nova Roma do Sul- RS, 19 de julho de 2007.